ficção e da poesia, abrindo portas e pavimentando caminhos para a experiência literária” (p.
54).
A
introdução
diz respeito à apresentação do autor e da obra. Não se trata de uma longa
aula expositiva acerca da vida do escritor. Pelo contrário, esse momento deve ser
relativamente simples, já que “a leitura não pretende reconstituir a intenção do autor ao
escrever aquela obra, mas aquilo que está dito para o leitor” (COSSON; 2011, p. 60). Esse
momento é propício para a apresentação física da obra (capa, contracapa, orelhas,
bibliografia).
Cosson (2011) defende que a
leitura
do aluno deve ser acompanhada pelo professor.
Para tanto, o autor sugere intervalos de leitura, de forma que o educador possa perceber as
dificuldades dos leitores (vocabulário, estrutura textual, inferência de significado etc.) e
intervir de forma pontual, colaborando, assim, para a compreensão leitora dos alunos.
No que diz respeito à
interpretação
, o autor orienta dois momentos: um de
interpretação interior e outro exterior. A interpretação interior tem caráter mais individual
(sem deixar de ser um ato social), pois se refere ao encontro entre leitor e obra. É a
interpretação feita com o que somos no momento da leitura e, portanto, emocional. A
interpretação exterior é a relação que o leitor faz entre texto e determinada sociedade, ou seja,
é a externalização da leitura.
É preciso que o professor se atente para o fato de que a motivação, apresentação e
interpretação não podem ser mais longas que a leitura.
3.2 Uma proposta de sequência básica
Tal como proposta na introdução, um dos objetivos deste trabalho é sugerir uma
atividade prática com um texto literário. Para tanto, seguimos as recomendações feitas por
Cosson (2011) em sua “sequência básica”. Como tratamos da Educação Infantil, ou seja, do
trabalho com o texto literário com leitores iniciais, houve a necessidade de uma adaptação
(sem descaracterizar o trabalho do autor) do momento de
leitura
. Trata-se da poesia
Uma
garrafa, lápis e papel
, do livro
O que levar para uma ilha deserta?
(2011), de Lalau e
Laurabeatriz, cuja temática são as prioridades na vida.
Para a motivação, sugerimos que o professor peça aos alunos que escolham um objeto
naquele momento, pois todos irão para uma ilha deserta. A ideia desta atividade lúdica é
justamente causar-lhes surpresa e indecisão, de modo que tenham que fazer uma escolha, isto
é, priorizar um objeto. O professor, então, pode ir a um lugar que ele denominar como a ilha,
1...,217,218,219,220,221,222,223,224,225,226 228,229,230,231,232,233,234,235,236,237,...445