REVELAÇÕES NA REVISÃO POÉTICA DE ARMANDO FREITAS FILHO
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Jorge Augusto Balestero (Mestrando, UFMS/CPTL. Bolsista CAPES/CNPQ)
Resumo
: A poesia de Armando Freitas Filho é comumente identificada pela crítica
literária por meio de sua densa metalinguagem poética. Essa metalinguagem, no
entanto, passa por um período de formação de mais de três décadas, iniciada com livro
Palavra
(1963), e, agora revista na reunião
Máquina de escrever
: poesia reunida e
revista (2003). Como abertura dessa reunião, o poeta lança a coletânea
Numeral/Nominal
(2003); obra indissociável da poesia reunida do autor. Nesse livro, a
metapoesia se volta para a revisão de sua formação e consolidação poética. Nessa
revisão acreditamos haver revelações sobre a obra poética do autor. Assim, sob ponto de
vista teórico e historiográfico, o objetivo deste trabalho é mostrar como se dá essas
revelações na reescrita poética de Armando Freitas Filho.
Palavras-chave
: Poesia Brasileira Contemporânea; Memória; Consciência; Negação;
Influência.
Este trabalho foi desenvolvido levando em consideração fatores teóricos e
historiográficos a respeito da poesia de Armando Freitas Filho. Partimos da suposição
de que a poesia do autor não se enquadra numa simples linhagem estética da poesia
brasileira contemporânea. Acreditamos que ela se constitui de um complexo processo de
ter grandes nomes da poesia referenciada na Semana de 22 e na terceira fase do dito
modernismo em seu pré-curso criativo. Não só, na base de sua invenção surge
subjetivamente a presença e influência de alguns nomes cronologicamente
contemporâneos de Armando Freitas Filho, dentre eles, com destaque, a poeta Ana
Cristina César, ou Ana C.; como o poeta gostava de chamá-la.
A questão da influência de Ana Cristina César na poesia de A.F.F.
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se dá num
momento mais tardio. Mas com relação aos poetas do dito modernismo, dos mais
importantes, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo
Neto, devemos levar em conta que estes representam uma força canônica da literatura
brasileira contemporânea, e é isso que A.F.F. parece valorizar.
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Este trabalho é recorte reduzido oriundo da dissertação sobre a poesia de Armando Freitas Filho,
desenvolvida no Programa de Pós-Graduação Mestrado em Letras, da Universidade Federal do Mato
Grosso do Sul, Campus de Três Lagoas, sob orientação da professora Dra. Kelcilene Grácia Rodrigues. O
título do artigo, por sua vez, foi dado após comunicação e sugestões recebidas no
IV Seminário Leituras
da Modernidade: entornos da poesia
, acontecido na UNESP, campus de Assis, em agosto de 2012.
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No decorrer deste texto nos referiremos ao poeta Armando Freitas Filho ora pelo nome completo, ora
pelas iniciais do nome (A.F.F.).
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