I Anais do Simpósio de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa - SILALP - page 98

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lados do Atlântico. Os horizontes, separados por esse mar, já estão abertos “em flor o
Longe, e o Sul sidério/ ‘Splendia sobre as naus da iniciação”, da iniciação de um novo
tempo (PESSOA, 2010, p. 56).
Sophia relata a realidade dos jovens portugueses que partem para a guerra e a falta
de liberdade dentro de seu país, como também fala de um tempo novo, liberto da crença
fixada pelas grandes conquistas e grande glória. Vera por sua vez, exalta os guerrilheiros
africanos e expõe a visão da guerra do lado africano. Ambas falam em um novo tempo,
uma nova nação. Ambas refletem um mesmo ponto de vista: a liberdade e a construção de
uma nova nação. O mar é a união entre seus versos, de um lado do atlântico Vera expõe a
situação africana, do outro, Sophia expõe a situação portuguesa, o mar as divide e as une,
pois é a voz interior de seus povos. Os grandes feitos dos heróis do cotidiano, dos dois
lados do Atlântico, prevalecem sobre o imaginário glorioso de Portugal, e o “futuro-
realidade” finalmente é alcançado.
REFERÊNCIAS:
ANDRESEN, Sophia de M. B.
Poemas Escolhidos
. (Org. Vilma Arêas). São Paulo:
Companhia das Letras, 2004.
__________________________.
Sophia de Mello BreynerAndresen – Uma Vida de Poeta
.
Lisboa: Editorial Caminho, 2010.
García, Xosé.
Antologia da poesia feminina dos PALOP
. Santiago de Compostela:
Edicoóns Laiovento, 1998.
PESSOA, Fernando.
Mensagem
. São Paulo: Abril, 2010.
PORTUGAL, Francisco Salinas.
Rosto Negro – O contexto das Literaturas Africanas
.
Santiago de Compostela: Laiovento, 1994.
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