I Anais do Simpósio de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa - SILALP - page 96

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No poema
Mundo nomeado ou A Descoberta das Ilhas
, Sophia retoma
Mensagem
de Fernando Pessoa e as descobertas, no entanto, fornecendo novo significado a elas, pois
as terras descobertas só passavam a existir, se fossem nomeadas. Aqui a poeta ressalta a
palavra, o ato de nomear. Nomear o mundo é, neste poema, criar.
MUNDO NOMEADO OU A DESCOBERTA
DAS ILHAS
Iam de cabo em cabo nomeando
Baías promontórios enseadas:
Encostas e praias surgiam
Como sendo chamadas
E as coisas mergulhadas no sem-nome
Da sua própria ausência regressadas
Uma por uma ao seu nome respondiam
Como sendo criadas.
(ANDRESEN, 2011, p.450).
A respeito do 25 de abril, Sophia pronuncia-se de forma bastante semelhante ao
poema de Vara Duarte acima exposto, no que diz respeito a um novo mundo e a relação
com os outros. Leia-se:
“Foi uma infinita esperança. Um infinita confiança: de súbito, finalmente
era [...] a vida. Aquilo em que confiei e confiámos era mais do que a
revolução política. Era uma nova relação com nós próprios, com os
outros, com o mundo em que estamos. Não tínhamos conquistado o poder
mas sim a possibilidade” (ANDRESEN, 2010).
Ainda, temos os versos do poema intitulado 25 de abril:
25 DE ABRIL
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.
(ANDRESEN, 2011, p.618).
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