Premedita su muerte. Le aconseja
No acometer la osada travesía
Sin una escolta. Él mismo se la ofrece.
(…)
En un sitio llamado el Ojo de Agua
El maestro de posta le revela
Que por ahí ha pasado la partida
Que tiene por misión asesinarlo
Y que lo espera un un lugar que nombra.
Nadie debe escapar. Tal es la orden.”
(BORGES: 1994, vol. 2. p. 499-500)
Nota-se que o general foi insistentemente comunicado sobre a emboscada,
mas ainda assim, responde que:
“No ha nacido aún el hombre que se atreva
A matar Quiroga. (…)”
(BORGES: 1994, vol. 2. p. 500)
O poema encerra quando a comitiva decide continuar pelo caminho que os
conduzirá a Barranca Yaco, permitindo que o leitor conclua o fato de acordo com a sua
consciência histórica. Neste caso, o poeta não mata seu personagem, não descreve seu
assassinato, mas oferece todos os indícios para que o fato seja concluído a partir da
interpretação pessoal do leitor, de maneira discreta, inenarrável, perpetuando o
personagem no imaginário coletivo.
“¿A qué concluir La historia que ya há sido
Contada para siempre? La galera
Toma el camino de Barranca Yaco.”
(Idem)
Maria Rosa Lojo afirma que em Borges está arraigada a idéia de que a
imaginação reproduz sempre as mesmas formas essenciais, mais ainda do que a
imaginação, a sensibilidade, que ressoa frente a determinados momentos da experiência
humana e que por meio delas se articula e se expressa. (LOJO: 1993)
Esta “sobre-humanização” pretendida por Borges sobre o personagem
Facundo Quiroga é apontada por Maria Rosa Lojo como um dos principais meios de
mitificação. Para ela, o pampa também, sutilmente apontado em ambos os poemas, nada
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