POESIA EM TOM DE BRINCADEIRA:
LIMERIQUES DA COCANHA
(2008),
DE TATIANA BELINKY
Eliane Aparecida Galvão Ribeiro FERREIRA (UNESP-Assis/FEMA)
Thiago Alves VALENTE (UENP-CP/PR)
RESUMO
: Este artigo tem como objetivo analisar alguns aspectos do gênero poético
limerique
, a partir da obra
Limeriques da Cocanha
(2008), de Tatiana Belinky, ilustrado
por Jean-Claude Alphen. Essa obra se destaca pela qualidade estética da imagem e do
texto verbal, sendo dialógica, pois permite ao leitor, conforme as concepções econianas,
perceber a “piscadela do texto” e com isto obter prazer durante a leitura. A eleição pela
dialogia deve-se também ao pressuposto de que o texto privilegia o leitor intertextual
em relação ao ingênuo. Justamente, a intertextualidade interessa, pois para estabelecer
uma comunicação com o leitor, o livro ilustrado mobiliza sua
biblioteca vivida
, sua
memória. Acredita-se que a comunicação ocorre no texto, ainda, por meio da presença
de vazios intencionais que geram expectativa e tensão. Para que a interação entre texto e
leitor resulte em interpretação, faz-se necessário que o leitor projete a expectativa e a
memória uma sobre a outra. Assim, o papel da leitura é o de promover sínteses que
constituirão correlatos que, por sua vez, impulsionarão expectativas.
PALAVRAS-CHAVE:
limeriques, leitura, dialogia.
Introdução
Gênero recente na literatura infantil brasileira, os
limeriques
têm sido
amplamente divulgados por Tatiana Belinky – “um tipo de poema bem curto. Eles
falam de coisas malucas e têm sempre cinco versos. A primeira, a segunda e a quinta
linhas terminam com a mesma rima. Já a terceira e a quarta são mais curtas e rimam
diferentes das outras”
1
– mostram-se como uma forma fixa e espaço propício à invenção
1
RECREIO.
Disponível
em:
?
Acesso em: 11 jul
2011.
1...,128,129,130,131,132,133,134,135,136,137 139,140,141,142,143,144,145,146,147,148,...445