existencialista”, inventado por ele, o homem é identificado por estar sempre “fora de si
mesmo”, projetando-se ou perdendo-se fora de si, e perseguindo fins transcendentes. Não há
outro universo senão o universo humano, ou o universo da subjetividade humana – isto é o
que ele define como Humanismo Existencialista, no qual não há outro legisladorda vida
humana senão o homem.
Dessa maneira, para Sartre a existência vem antes da essência, em seu ensaio ele
explica tal alegação da seguinte maneira:
“... Se Deus não existe, há pelo menos um ser no qual a
essência precede a existência, existe pelo menos um ser
que existe antes de ser definido por qualquer conceito, e
que este ser é o homem ou pelo menos, como diz
Heidegger, a realidade humana. Que significa então que
a existência precede a essência? Significa que o homem
primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e
que só depois se define. O homem, tal como o concebe o
existencialista, se não é definível, é porque
primeiramente não é nada. Só depois será, e será tal
como a si próprio se fizer.” (Sartre. 1946 p.22)
Em seu pensamento se não existe nenhum Deus que tenha planejado o homem, não
existe nenhuma natureza humana fixa a qual o homem deva respeitar. O homem estaria
totalmente livre e seria o único responsável pelo que faz, e é essa liberdade e essa
responsabilidade que são as fontes da angústia humana.
O existencialismo procura analisar o homem como indivíduo, sendo que é ele quem
faz sua própria existência. Percebe-se assim, a preocupação em explicar o sentido das vidas
humanas de uma forma subjetiva, ao invés de se preocupar com verdades científicas relativas
ao universo, que foram o centro de outras correntes filosóficas. Dentro dessa corrente
filosófica todos os indivíduos dotados de autoconsciência podem compreender a sua própria
existência e liberdade, e dessa compreensão advém o devir, a inquietação, o desespero e a
angústia. A existência é algo em aberto, sempre em mudança, e não há nenhum tipo de
determinismo.
Poder-se-ia dizer que o existencialismo é uma reflexão filosófica sobre o homem, ou
melhor, sobre o ser do homem enquanto existente. Nessa perspectiva antropológica, surgem
os temas característicos do pensamento existencialista. A finitude e a fragilidade da existência
humana; a alienação, a solidão, o nada, o tédio, a náusea, a angústia e o desespero; a
preocupação e o projeto, o engajamento e o risco, são alguns dos principais temas dessa
filosofia. Para ela, a angústia e o desespero, por exemplo, deixam de ser sintomas mórbidos,
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