Anais do VII Encontro do Cedap – Culturas indígenas e identidades - page 240

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INTERCULTURALIDADE E O ENSINO DE HISTÓRIA INDÍGENA:
OS AVANÇOS E ENTRAVES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA TEMÁTICA
INDÍGENA NAS ESCOLAS
Lilian Marta Grisolio MENDES
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Introdução
A história não é outra coisa senão uma sucessão de várias gerações,
cada uma delas explorando a matéria, os capitais e as forças
produtivas legadas pelas que as precederam. Isto quer dizer que, por
um lado, prosseguem elas – em condições completamente distintas –
a atividade precedente, enquanto que, por outro lado, modificam as
circunstâncias anteriores mediante uma atividade humana totalmente
diversa
. (Karl Marx)
Uma escola e um ensino de história mais plurais pressupõem transformações e
novas práticas pedagógicas. Uma temática essencial para este processo que vem sendo
implementado, renovando a história ensinada e os currículos escolares, é a temática do
ensino de cultura africana e indígena. Este texto objetiva refletir sobre questões introdutórias
acerca da importância da efetivação e da continuidade de um trabalho intercultural que
promova a diversidade, o respeito e o combate a todo tipo de preconceito e discriminação.
Um elemento importante é remover da história indígena ensinada os estereótipos de uma
cultura unívoca, atrasada, exótica, fixa e construir novas visões de sociedade mutáveis e
complexas, entendendo-as como parte de um processo histórico-social.
Porém, para tal tarefa, faremos, primeiramente, uma breve reflexão sobre o ensino
de história africana que pode contribuir sobremaneira com nossos objetivos propostos, visto
que parte do mesmo processo de ruptura e transformação com o intuito de promover o
direito à igualdade. O caminho da luta pelo ensino de história afro-brasileira e dos povos
indígenas se entrecruza e faz parte de um mesmo escopo teórico de emancipação dos
povos e rompimento com tradições históricas naturalizadas pelo ensino de história.
Evidentemente, levamos em conta suas especificidades.
No momento da implementação desses estudos, a questão fundamental que surgia
era: Por que devemos ensinar a história africana? Para esta pergunta, poderíamos
responder com outra questão: Por que estudamos a história dos EUA ou do continente
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