Tenho Sevilha em minha cama,
eis que Sevilha se fez carne,
eis-me habitando Sevilha
como é impossível de habitar-se. (id. Ibid).
Em
Sevilha Andando
e
Andando Sevilha
, encontramos variações poemáticas que
trazem elementos que entram em atrito com algum outro já disseminado ao decorrer do
poema, como se fosse um romance, em um acordo de fidelidade entre o poeta e a
trindade feminina (língua-cidade-mulher). Sevilha, então, se torna o espaço que
aconchega o poeta e a “pessoa” sobre quem ele deságua seu prazer em versos, como em
“As Plazoletas”
(p. 30):
Quem fez Sevilha a fez para o homem,
sem estentóricas paisagens.
Para que o homem nela habitasse,
não os turistas, de passagem.
E claro, se a fez para o homem,
fê-la a cidade feminina,
com dimensões acolhimentos,
que se espera de coxas íntimas.
Para a mulher: para que aprenda,
fez escolas de espaço, dentros,
pequenas praças,
plazoletas
,
quase do tamanho de um lenço.
João Cabral investe em três verbos em
Andando Sevilha
e
Sevilha Andando
:
habitar, andar e estar. No poema já citado
“Lições de Sevilha”
, que se faz carne na
cama do poeta, onde o corpo é o lugar que o habita:
Tenho Sevilha em minha cama,
eis que Sevilha se fez carne,
eis-me habitando Sevilha
como é impossível de habitar-se.
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