Universidade Imperial (1808) e organizada em 1809, são frutos de
uma iniciativa sem precedentes; não houve, em parte alguma, algo
parecido. As instituições napoleônicas serviram, principalmente, para
assegurar o serviço de exames e colação de grau e, em seguida,
ministrar algumas disciplinas. Essa nova instituição é de uma
importância considerável na história do ensino superior e na história
das idéias. Pela primeira vez, diz um historiador, os sábios se tornam
professores de Universidade. " (Tradução nossa)
E mais adiante:
(...) il apparait que la division du travail intellectuel, consacrée en
France par l'organisation de l'Université Imperiale, a fait prevaloir une
tres regrettable equivoque. C'est l'Université, dans son unité, qui est le
lieu propre de la science, ainsi d'ailleurs que le donnait à entendre la
langue medievale selon laquelle l' Universitas magistrorum et
scholiarum etait ensemble universitas scientiarum. La dichotomie
napoleonienne n'a jamais existé dans les universités britanniques; et,
pendant tout le XIX siecle, les Facultes e Philosophie, en Allemagne,
reunissaient les enseignements qui se trouvaient disjoints en France, et
repartis entre les facultés des Lettres et des Sciences. Il ne s'agit pas ici
seulement d'une question de mots, ou de commodités administratives.
C'est le destin meme de la pensee qui se trouve engagé dans cette
disjonction(...) Cette fracture entre les Lettres et les sciences domine
toute la culture contemporaine. Tout notre systeme pedagogique est
bati sur cette alternative, consideré comme exclusive, entre des
vocations non compatibles entre elles. Il importe donc de mettre en
lumiere le fait que cette irreductibilité, bien loin d'etre fondée dans la
nature des choses, n'est qu'un phénomene tardif, et trés certainement
malsain. (GUSDORF, 1966, p. 16)
Parece que a divisão do trabalho intelectual, estabelecido na França,
por meio da organização da Universidade Imperial, fez prevalecer um
equívoco lamentável. (...) A dicotomia napoleônica nunca existiu nas
universidades britânicas; e, durante o século XIX, as Faculdades de
Filosofia, na Alemanha, reuniam as disciplinas que, na França,
estavam divididas entre as faculdades de Letras e de Ciências. Não se
trata aqui somente de uma questão de palavras ou de utilidade
administrativa. É o destino mesmo do pensamento que se seguiu a
essa disjunção.” (...) “Essa fratura entre Letras e Ciências domina
toda a cultura contemporânea. Todo nosso sistema pedagógico é
construído sobre essa alternativa, mutuamente exclusiva, entre duas
vocações não compatíveis. Importa, agora, esclarecer o fato de que
essa irredutibilidade, longe de ser fundamentada na natureza das
coisas, não é senão um fenômeno tardio, e bastante prejudicial.
(Tradução nossa).
É significativo o fato de tal cisão ter ocorrido, sobretudo, na França, matriz da
vida intelectual brasileira. Alguém disse (não me ocorre o nome agora) : "a miséria do