A existência destes dados em um jornal com a força de distribuição e circulação
da Folha de São Paulo serve como um sinal de que tais expressões estejam funcionando
como referentes sociais. A passagem por elas têm sido recorrente num espaço voltado
para um público amplo. O gráfico (figura 1) da distribuição das ocorrências no tempo
revela uma retomada constante das seqüência ao longo dos últimos quarenta anos, com
picos expressivos aparecendo no início da década de 1980 e em 1994, assim como um
decréscimo significativo na última década.
Figura 1: Gráfico das ocorrências conjuntas das formas “educação para o
trabalho”, formação para o trabalho” e “preparação para o trabalho”, em número
absoluto, no jornal Folha de São Paulo nas últimas quatro décadas.
Ainda que tenha variações bruscas, o gráfico mostra que há uma ocorrência
contínua dessas formas e permite levantar perguntas envolvendo a diminuição
significativa das ocorrências em 1988 e na primeira década do século XXI.
Assim como aponta Krieg-Planque (2010), o simples aumento ou diminuição na
ocorrência destas unidades lexicais não é por si só um indicativo de que estamos
lidando com fórmulas. Uma palavra ou um sintagma pode existir por bastante tempo
antes de ser alçado a esta condição.
