A RELAÇÃO ESCOLA-TRABALHO: DIALOGISMO E
INTERDISCURSIVIDADE
Eduardo Caliendo MARCHESAN
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Nesta pesquisa em andamento, temos estudado a relação entre escola e trabalho,
buscando compreender o modo como discursos diferentes elaboram a relação entre a
educação e o trabalho, inscrevendo lugares e funções diversas para a escola. Assumindo
o dialogismo bakhtiniano em seu sentido amplo, estamos realizando um trabalho com
unidades que Maingueneau (2008) chama de percursos. O corpus da pesquisa vem
sendo composto por textos de campos e gêneros variados, recolhidos na internet e em
arquivos fechados a partir das formas relativamente estáveis: “educação para o
trabalho”, “preparação para o trabalho” e “formação para o trabalho”. Este artigo mostra
a distribuição das ocorrências destas formas no jornal Folha de São Paulo nos últimos
quarenta anos e apresenta uma breve análise de alguns dados na tentativa de mostrá-los
como indícios de que as formas pesquisadas são “fórmulas”, tal como Krieg-Planque
(2010) define este conceito.
Palavras chave: escola; trabalho; dialogismo; interdiscursividade, fórmula.
Introdução
As questões levantadas neste artigo derivam de uma pesquisa anterior
(Marchesan et al., 2009), inserida num campo relativamente diverso daquele que será
abordado aqui. Realizada com adolescentes portadores de diferentes tipos de neoplasia
que fizeram parte de sua escolarização em uma escola hospitalar, tal investigação
buscava apreender os sentidos produzidos acerca do papel do professor e da função da
escola neste contexto.
Das conclusões advindas deste trabalho, uma chamou a atenção. A importância
do estudar na escola hospitalar ganhava força na medida em que havia uma ligação
entre este espaço educativo e a escola de origem dos alunos-pacientes. A conservação
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Doutorando da Faculdade de Educação – UNICAMP e bolsista FAPESP,
