Zélia Lopes da Silva (Org.)
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Nossa você sofreu tanto na faculdade”. Porque eu conversava com meus amigos, mas só
aquela turminha que convive junto comigo sabe o que aconteceu. Na minha vida, foi tão
importante essa viravolta, menina do céu! Mas, como foi importante, nossa! Se eu morrer
hoje, eu morro realizada. Eu fiz aquilo que eu queria. Eu consegui fazer uma faculdade
aqui dentro. Eu consegui entender o que é uma Cooperativa e estou preparada para falar
sobre uma Cooperativa. E hoje, eu sei qual é o meu dever dentro da Cooperativa e quais
são os meus direitos. Eu falo com clareza dos dois lados: os meus deveres e meus direitos.
Entrevistadoras:
E para você, qual a importância da Cooperativa para a cidade. O que
você pensa da questão do meio ambiente, por exemplo?
— V.R.C.S.
: Olha, a Cooperativa, para a cidade de Assis ela é muito útil, agora. Mas,
daqui uns 4, 5 anos ela vai ser mais ainda. Isso é, se não vier a incineração, né. Se
não vir isso daí vai ser muito útil porque, é muita coisa jogada fora. Você vê, a gente
conscientiza a cidade, mas é muita pouca gente que tem a conscientização. Mas como foi
feito um trabalho muito bem feito nas escolas com palestras, os alunos vêm aqui visitar a
Cooperativa e veem como é. Então, onde a gente está jogando lá atrás quando a gente
fez palestras nas escolas as crianças já estão com 10, 15, 16 anos. Já na adolescência,
já estão aprendendo e já estão passando para dentro de casa. Imagine daqui a 5, 6 anos!
Então, essas crianças já tão conscientizando.
Entrevistadoras:
E vocês continuam fazendo essas palestras?
— V.R.C.S.
: Continuamos. A criança é a geração do futuro.
Entrevistadoras:
E você é casada?
— V.R.C.S.
: Eu fui casada. Faz 5 anos que eu sou desquitada. Tudo começou por causa
da Cooperativa também (risos).
Entrevistadoras:
E você tem filhos?
— V.R.C.S.
: Eu tenho uma filha. Ela hoje, ela está com 20 anos. Quando eu me separei
ela estava com 14 e ia fazer 14 anos. Foi difícil conciliar serviço e adolescente. Nossa, foi
muito duro para mim nessa época. Ainda nesse intervalo eu invento de fazer a faculdade.
Era serviço, filho e faculdade.
Entrevistadoras:
E essa filha estuda?
— V.R.C.S.
: Então, ela começou a fazer Pedagogia depois ela disse que não era aquilo
que ela queria. Trancou a matrícula. Agora no segundo semestre de julho, ela vai começar
a fazer Direito.
Entrevistadoras:
E a experiência de ter sido mãe como foi? Foi boa ou tumultuada?
— V.R.C.S.
: Ah, eu não tive nem o gostinho de ser mãe direito, na verdade, porque eu
trabalhei a vida inteira, desde quando eu casei, antes de casar depois de casada. Olha, na
verdade, a minha filha cobra de mim. Eu acho que ela cobra com razão. Eu nunca peguei
no braço da minha filha e falei: “Filha, vamos assistir um filme com a mãe no cinema”, que
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