A SOLIDÃO DO MONOLOGISMO
Celia Regina CRESTANI
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Sueli de Jesus MONTEIRO
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O monologismo é uma forma de compreensão unicentrada e unidirecionada que tenta
absorver o outro em dependência cognitiva. Enquanto princípio de representação, esta
cultura ideológica plena apresenta e admite apenas uma ideia da verdade. Este horizonte
monológico representa o outro como um objeto sem voz, isolando e fragmentando o
sujeito enquanto objeto reificado. Não leva em consideração a multiplicidade de
significados de palavras e expressões, nem a plurivocidade ou heteroglossia em que
estamos mergulhados. Antes, procura unificar os significados e as vozes, na tentativa de
produzir uma palavra final com a intenção de limitar ou mesmo eliminar interpretações,
objetivando reduzir diferenças, especialmente quando nos interessa. Assim, o
monologismo faz parte de nossas vidas, e é preciso estar muito atentos para dele não
sermos vitimas, porque a vontade de verdade é uma força que nos subjuga e nos atrai.
Palavras-chave: Monologismo, heteroglossia, significado, dialogismo, vontade de verdade.
A vontade de verdade, típica da sociedade ocidental que atravessa nossa cultura
desde o século XVI, segundo Foucault, aparece nos escritos de Bakhtin como horizonte
monológico, aquele em que a pretensão de uma única voz comete um assalto sintático e
semântico ao "outro" da enunciação. As aspirações do discurso monológico são
totalitárias e evidenciam pretensões metafísicas de apropriação do mundo. "A crença na
autosuficiência de uma consciência única em todas as esferas da vida ideológica não é
uma teoria criada por algum pensador específico; não, é uma característica estrutural
profunda da ideologia criativa dos tempos modernos" (Bakhtin, 1981, p. 68).
O monologismo é uma forma de compreensão unicentrada e unidirecionada que
tende a absorver o outro em dependência cognitiva. Por isso, foi chamado por Zavalla
de imperialismo epistêmico, no texto
Notes on the cannibalistic discourse of
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Celia Regina Crestani- Mestre em Linguística, UFSC. Professora de Comunicação e Expressão na
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Sueli de Jesus Monteiro- Doutora em Estudos Literários, UFSC. Professora de Comunicação e
Expressão na UTFPR.
