imprensa. Sendo assim, colabora em vários periódicos e revistas, como
A Revista
do
Brasil
; o
Jornal do Commercio
;
A Gazeta;
no jornal
Os Debates
e na
América
Brasileira
, onde surgem, entre 1923 e 1924, as “Crônicas de Malazarte”, que originarão
os “Contos de Belazarte”.
Caracterizadas por serem textos longos, nos quais aparece bem definido o trio
“Malazarte, Belazarte e eu”, as “Crônicas de Malazarte” representam para Mário uma
prática, no espaço da crônica, para a experimentação, sendo que também podem ser
enquadradas a carta e o conto (“Contos de Belazarte”). O narrador Belazarte se
emociona com as personagens da periferia paulistana e, com isso, leva a crônica para o
campo da ficção.
Em 1926, colabora para um dos jornais mais importantes do país,
A Manhã,
e
seus textos hesitam entre ser crônica e artigo. Descontente com a linha editorial do
periódico, devido às poucas oportunidades oferecidas para escrever profissionalmente
entra, em agosto de 1927, para o
Diário Nacional
, onde será crítico de arte, de literatura
e cronista; porém, é somente em 1928, quando realiza sua segunda viagem etnográfica
ao Nordeste, que inicia sua primeira produção regular como cronista na seção “O
Turista Aprendiz”.
Suas primeiras crônicas neste periódico surgem em sua coluna de “Arte” e são
denominadas “artiguetes”. É uma série de crônicas intituladas “A arte em São Paulo”,
que abordam, com humor, os valores da cidade paulista:
O
Diário Nacional
inicia hoje uma série vasta de artiguetes encomendados a seu crítico
de arte. Essa série tem por fim evidenciar a situação da arte em São Paulo, focalizando
os costumes e os vícios que a ela se relacionam. Serão estudadas todas as manifestações
artísticas e passados em revista não só os críticos nacionais e estrangeiros que aqui
vivem, como os professores, os burgueses, os meios proletários e governamentais, em
sua função artística. Espera assim o
Diário Nacional
fazer uma exposição nítida e
imparcial de todos os vícios e cacoetes que impedem a manifestação eficiente das artes,
em nosso ambiente social. (apud LOPEZ, 2005, p. 33)
O
Diário Nacional
é lançado significativamente no dia 14 de julho de 1927. O
jornal defende a liberdade e a democracia, empenha-se na campanha do Partido
Democrático, apóia a Revolução de 1930 e, depois da entrada de Vargas no poder,
opõe-se ao novo governo, apoiando a Revolução Constitucionalista de 1932, sendo
fechado após a derrota paulista no mesmo ano. Nunca possuiu boas condições
financeiras, tendo que circular em tamanho pequeno e em edições noturnas; porém,