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conteúdo investigado, novas críticas à pesquisa (2000, p. 7). “A história do tempo presente é
um bom remédio contra a racionalização
a posteriori
, contra as ilusões de ótica que a
distância e o afastamento podem gerar.” (REMÓND, 1998, p. 208-209). Assim, a distância
temporal não é um elemento que constitui a verdade. Aliás, verdade e racionalidade em
história são insubstanciais.
Como mencionamos acima, por meio do levantamento de entrevistas e, por sua vez,
das fotografias sobre a folia de reis da Flor do Vale, conseguimos perceber a ocorrência de
registros em um determinado período da história da Companhia. Depois do trabalho de
seleção das fontes, o segundo passo que optamos foi por criarmos um esquema baseado
na sugestão de roteiros feita por Boris Kossoy, no livro
Fotografia e História
(2001, p. 89-94).
Identificação da Fotografia
Data:
Autor:
Conteúdo:
Procedência
Tipo de
aquisição e
pessoa que
concedeu:
Momento:
Data em que
fora concedida:
Estado atual de
conservação
Deteriorada:
Média
deterioração/conservação:
Conservada:
Como se percebe, com exceção da pergunta sobre o estado de conservação da
fotografia, o esquema apresenta questionamentos que demandam o trabalho de filtro de
informações que serão preenchidas com base em novos questionamentos do(a)
pesquisador(a) aos indivíduos que concederam tal documentação. No item conteúdo, em
especial, além da visualização das informações presentes na imagem, podemos indagar
sobre os porquês de seu enquadramento, sobre os símbolos nela contidos e, sobretudo,
sobre o significado que é atribuído à cena priorizada. Além destas informações, como a
fotografia está atrelada à memória, há que se ter cuidado com relação às emoções que são
despertadas na leitura das imagens, procurando ir além daquilo que está explícito. O próprio
despertar de sentimentos pode ser alvo de novos questionamentos pelo(a) historiador(a).
Como diria Kossoy: