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ingrato. O que ele e o grupo que frequentava intentavam era uma melhora trabalhista de
forma geral. No entanto, por fim, um rapaz do grupo denunciou onde aconteciam as
reuniões, todos foram presos e Pedro Corumba foi deportado ao Rio de Janeiro. A família,
então, fica sem um membro e é quando tem início a desagregação familiar.
Em seguida, Rosenda, a filha mais velha, se encanta por Inácio, homem que a mãe
Josefa despreza por desconfiar das más intenções do rapaz que nunca procurou conhecer a
família da namorada. Rosenda, com o tempo, começou a chegar mais tarde em casa e por
isso suas brigas com a mãe aumentavam, foi quando Inácio propôs a fuga com sua
“amada”, dizendo que assim que fugissem se casariam, o que ela fez prontamente. Mas a
promessa de casamento não aconteceu, Rosenda foi abandonada em seguida e entrou no
mundo da prostituição, pois sabia que ninguém a empregaria em razão do destino que
seguiu.
Albertina Corumbá, muito bela, sempre resistia fortemente às cantadas dos rapazes
e naquele mesmo período sua irmã Bela precisava de ajuda, pois estava muito enferma, à
beira da morte. Albertina procurou o Dr. Fontoura, que resolveu ajudar por causa do seu
encantamento com o físico e beleza da moça. Como o médico começou a frequentar
constantemente a casa, em virtude da doença de Bela, os cortejos se intensificaram. De
início a moça resistia, mas Fontoura começou a presentear, passear de carro com a moça,
que se iludia com as promessas do médico e com a vida luxuosa de que poderia desfrutar,
diferente da miséria em que vivia. Os dois fugiram, ela, em pouco tempo, foi abandona sem
nada e seguiu a vida da prostituição.
Nesse meio tempo, Bela morreu e Caçulinha, que estudava, teve que abandonar os
estudos para ajudar nas despesas do lar, começou a trabalhar na Têxtil, no posto de
secretária, pois tinha estudo. Como começou a passear mais conheceu e começou a
namorar o sargento Zeca, que diferente dos namorados das irmãs sempre ia à casa de sua
namorada, sempre cumpria os horários e não desobedecia aos pais de sua amada. Os dois
planejavam o casamento e até ficaram noivos.
Um dia Caçulinha fora comprar os enxovais do casamento, e como era muito longe
resolveu ir de trem e encontrou o noivo que resolveu lhe fazer companhia. Por estarem perto
da casa do rapaz, ele a convidara para conhecer sua casa e a empregada que tanto ouvira
falar de Caçulinha, mas nunca a vira pessoalmente, assim, com muita resistência, a jovem
cedeu.
Não há relato de como foi na casa do sargento, apenas da volta deles: “E quando, à
noitinha, volveram à mesma esquina, para aguardar de novo o bonde, Caçulinha chorava
sem parar, o rosto escondido no seu pequeno lenço de algodão”. (FONTES, 2003, p. 201).