Anais do VII Encontro do Cedap – Culturas indígenas e identidades - page 301

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UM OLHAR SOBRE A REVISTA
O OCIDENTE
: REVISTA ILUSTRADA DE
PORTUGAL E DO ESTRANGEIRO
Rita de Cássia Lamino de ARAÚJO
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A partir de meados do século XIX, com o crescimento da população citadina e a
modernização da imprensa, os periódicos tornam-se importantes instrumentos de cultura
coletiva. Entre 1861 e 1890, de acordo com Saraiva (1999, p. 324), foram publicados vários
jornais e revistas que iriam fazer parte da história política e cultural portuguesa. Entre eles
destacam-se as revistas ilustradas:
Jornal de Belas Artes
(1848-1857),
Ilustração
(1845-
1852) e
Ilustração Luso-Brasileira (
1856-1859). No entanto, embora em um primeiro
momento tenham agradado ao público, não conseguiram permanecer por muito tempo em
circulação. Isso se deve a inúmeros fatores, tais como a falta de dinheiro, de material
adequado para impressão, de pessoas qualificadas e até de um constante público leitor,
uma vez que, em Portugal, mais da metade da população ainda era analfabeta.
Fundada pelo gravador Caetano Alberto da Silva, seu principal financiador; pelo
desenhista/ilustrador Manuel de Macedo, seus diretores artísticos; por Brito Rebelo,
historiador, redator da revista; e pelo escritor Guilherme Azevedo, responsável pela parte
literária; e administrada por Francisco Antônio das Mercês até 1904, quando Rodrigo Alberto
da Silva, assume a administração,
O Ocidente
revolucionou a produção periódica ilustrada
portuguesa ao inserir em seu programa o desejo de priorizar as atividades artísticas,
literárias, culturais e sociais de Portugal.
Para a realização eficiente desse projeto, ou seja, para poder agraciar o público com
ilustrações e gravuras dos monumentos, das paisagens, cenas históricas, obras de artes e
pessoas ilustres sem fugir do seu objetivo nacional, a revista criou um moderno ateliê de
formação de gravadores que contou, de início, com a colaboração de importantes
profissionais supervisionados de perto pelo diretor artístico Caetano Alberto, viabilizando,
assim, a publicação de imagens de notável qualidade artística.
Constituída por oito páginas de papel importado até 1882, quando passa a ser
impressa em folha nacional, da fábrica Ruães,
O Ocidente
surge tendo a dimensão de 35cm
de altura por 25cm de largura, e apresentando em seu interior duas colunas, as quais, a
partir do terceiro ano, 1880, passam a ser divididas em três partes.
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Doutoranda – Programa de Pós-Graduação em História – Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Unesp – Univ. Estadual
Paulista, Campus de Assis – Av. Dom Antonio, 2100, CEP: 19806-900, Assis, São Paulo – Brasil. Bolsista CAPES. E-mail:
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