Anais do VII Encontro do Cedap – Culturas indígenas e identidades - page 181

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A “
REVISTA DA ASSOCIAÇÃO TIPOGRÁFICA BAIANA
” E A HISTÓRIA DO
TRABALHO
Humberto Santos de ANDRADE
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1. As Fontes
Na investigação das associações mutualistas, é interessante notar, do ponto de vista
das fontes, o aumento e a diversificação do que é utilizado nas pesquisas. Não somente as
fontes que eram comumente utilizadas, tais como estatutos, notícias em jornais, relatórios e
atos de governo das províncias e, mais tarde, estados; como também, com a descoberta,
por pesquisadores, de novas fontes, como por exemplo, a própria produção impressa e
iconográfica legada pelas associações tem sido descoberta e se tornado importante meio
para o conhecimento da trajetória das mutuais.
Nos trabalhos de pesquisa sobre o mutualismo no Brasil, tradicionalmente, o uso das
fontes para compreender tal experiência encontra certas dificuldades com as quais o
pesquisador do tema muito constantemente se depara. O mais comum, segundo Claudia
Viscardi (VISCARDI, 2010, p. 26), são três situações distintas. Na primeira dessas
situações, o pesquisador encontra disponível um conjunto documental completo acerca de
uma ou mais sociedades de socorros mútuos; na segunda situação, o historiador se depara
com a total ausência de conjuntos documentais completos e, então, se vê compelido a
buscar fontes alternativas; na terceira e última dessas situações, a realidade encontrada é a
combinação das duas anteriores, sem contudo encontrar conjuntos documentais completos.
Aqui, como em muitos domínios da ciência histórica, o historiador tem que executar o seu
trabalho com o olhar investigativo e exercitar um faro apurado na busca de documentos que
subsidiem a sua pesquisa. Tarefa que exige persistência e sagacidade na caça às fontes
que, em geral, estão escondidas entre caixas e maços de documentação pouco preservados
e também sem catalogação que facilite o trabalho do pesquisador. Aparenta-se mais a
pesquisas arqueológicas dentro dos arquivos das instituições que detêm a guarda desses
documentos, isso quando detêm. Quando se tem sorte, é possível encontrar a
documentação nas sedes das associações, quando elas ainda funcionam. Ou ainda, em
mãos de antigos sócios ou seus herdeiros. Esta situação muito pouco provável, a não ser
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Mestrando - Programa de Pós-Graduação em História – Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Unesp – Univ. Estadual
Paulista, Campus de Assis – Av. Dom Antonio, 2100, CEP: 19806-900, Assis, São Paulo – Brasil. E-mail:
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