Anais do VII Encontro do Cedap – Culturas indígenas e identidades - page 188

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e outras evidências proclamam a existência de contradições dentro e fora da sociedade,
bem como nas páginas da Revista da Associação.
4. A Estrutura da Revista da Associação Tipográfica Baiana
O
layout
da capa da revista era constituído por duas colunas verticais entre duas
colunas horizontais, uma na extremidade superior e outra na inferior. Na coluna superior
horizontal ficava gravado o nome da revista e seu subtítulo. Na coluna vertical à esquerda
estavam gravados os nomes dos membros da administração da revista. Na coluna vertical à
direita estava exposta a periodicidade da revista, que era mensal, o ano e o número, além
do sumário. Na coluna da extremidade inferior vinha um memorando que indicava o destino
a que se devia encaminhar qualquer correspondência à revista. Na folha de rosto continha o
que se denominava “Instruções Permanentes”. Nestas, expunha-se por quem a Revista era
dirigida, neste caso, a Associação Tipográfica Baiana, e o fim a que estava destinada, que
era o de “fornecer conhecimentos teóricos e práticos sobre todos os ramos das artes
gráficas”, constituindo-se, portanto, numa “publicação técnica e instrutiva” (REVISTA...,
1902a, p. 2). O custo de cada número da Revista ficava em 500 réis, os quais eram pagos
no ato da entrega do periódico. Essa receita era, segundo o exposto nas “Instruções...”,
destinada ao melhoramento da própria Revista como também da Associação. Além da
venda à vista e das assinaturas, outra fonte de receita eram os anúncios que eram feitos por
meio de contratos semestrais. Os preços eram definidos pelo espaço que ocupavam nas
páginas da Revista. Um anúncio de página inteira custava 15$000 (quinze mil réis); um de
meia página 8$000; e, por um anúncio de ¼ de página, pagava-se 5$000. Por fim, as
“Instruções...” terminavam com a indicação dos locais de venda da Revista na capital
baiana, os quais eram, à época, a Livraria Magalhães, situada na Rua Direita do Palácio nº
26, e na Encadernação Vicente, situada na Rua do Colégio nº 22.
O primeiro número da Revista, ao qual, a título de demonstração, escolheu-se para
mais detidamente analisá-lo aqui, foi publicado no mês de julho de 1902. A administração do
periódico estava a cargo de quatro consócios Associação, Manoel M. Cruz, Antonio J. de
Carvalho, F. Miguel Chavez e Prudêncio de Carvalho, este último era o gerente da
publicação e também o proprietário da tipografia onde fora impresso o periódico. A Revista,
no seu primeiro número, contou com dezesseis páginas distribuídas por sete seções. A
primeira continha uma mensagem aos tipógrafos em que a Imprensa era exaltada desde os
tempos de Gutenberg como uma esperança para a humanidade, assim como, naquele
momento, a criação da Revista da Tipográfica também representava uma esperança. A
segunda seção continha um texto que tratava da importância da Associação Tipográfica e o
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