e os castelos do seu peito.
Mas era bela, a cantiga,
entre azeites, limões, ostras...
E o garfo enrolava as massas,
e as travessas transbordavam
de frangos e de alcachofras.
O garfo enrolava as massas.
As pessoas que comiam
eram cada vez mais gordas,
e também cantarolavam,
e iam comendo as cantigas.
Eram cada vez mais gordas,
mais alegres, mais felizes.
Os gatos pelas cadeiras,
coligiam velhos sonhos
de descendentes de tigres.
Os gatos pelas cadeiras
Piscavam para os talheres...
(O Pausilipo sonhava...
No golfo corriam barcos,
cada vez mais para Leste...)
Come era grassa la cantante,
che apparve tra mille applause!
Ma bella era la canzone,
che si alzava tra gli occhi
ed i castelli del petto.
Ma bella era la canzone,
tra ostriche, olio e limoni.
Forchette avvolgevan spaghetti
e i piatti trasbordavano
di polli e di carcioffi.
Forchette avvolgevan spaghetti.
E le persone che mangiavano
erano sempre più grasse,
e insieme cantarellavano
e andavan mangiando canzoni.
Erano sempre più grasse,
più allegre, più felici.
I gatti tra le sedie
raccoglievano vecchi sogni
di discendenti di tigri.
I gatti tra le sedie
occhieggiavano le posate...
(Posillipo sognava...
Nel golfo correvano barche
sempre più verso Oriente...)
O poema parece tratar da cena de uma refeição em algum restaurante de
Nápoles, com ostras, limões, azeites, alcachofras, frangos e massas sendo enroladas nos
garfos. Todos se divertem e cantam, acompanhando a gorda cantora. Participa ainda da
“pintura” um gato que olha os talheres e deseja também a comida. A crônica que se
aproxima em vários detalhes deste poema é “Ver Nápoles e...”. Nesta, Cecília lembra-se
da amiga Mercedes La Valle dizendo-lhe para provar a “pizza à la napoletana” na
Piazza della Carità
em Nápoles. Depois de provarem a pizza, Cecília descreve a cena
que lemos no poema:
Agora almoçaremos no Ciro, onde há travessas colossais de massas e
de mariscos; onde há um gato indolente, que me parece egípcio, pré-
histórico, cheio de sabedoria secreta; onde há uma cantora de peito
poderoso que sobe e desce como um par de barcos num oceano
tempestuoso, enquanto sua voz acrobática enche de música nossos
ouvidos e nossa alma. (MEIRELES, 1999, p. 64)
O poema é composto de cinco estrofes com cinco versos cada uma delas
(quintilhas). Na poesia em português os versos são todos redondilhas maiores e as