Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 932

O homem é um ser eminentemente oral e na aquisição de língua materna a
oralidade precede a escrita. Todavia, alguns aprendizes de língua inglesa tem
dificuldade em usar a modalidade oral da língua sem antes escrever seu pensamento. Ou
seja, esse aprendiz está mais preocupado com formas e regras da língua do que com o
proposto comunicativo do discurso.
Para tanto, utilizaremos conceitos de letramento, escrita, oralidade e fala.
Trataremos também de questões de ensino aprendizagem de língua estrangeira do ponto
de vista sociointeracionista.
Prática social da linguagem
A interação entre os indivíduos e o meio social é mediada pela linguagem,
considerando-se suas inúmeras formas e realizações. Segundo
Barcellos
(2007, p. 2)
“(...) é através dele (do texto) que o usuário da língua desenvolve a sua capacidade de
organizar o pensamento/conhecimento e de transmitir ideias, informações e opiniões em
situações comunicativas”.
A interação só se efetiva quando os sujeitos compartilham do mesmo propósito
comunicativo, ou seja, do mesmo gênero. O discurso opera dentro de convenções
definidas por comunidades, sejam elas disciplinas acadêmicas ou grupos sociais. Swales
(1990) utiliza ainda o termo ‘comunidade discursiva’ para definir um grupo de pessoas
que têm objetivos comuns, possuem mecanismos de intercomunicação entre seus
membros, usam seus mecanismos participativos para troca de informação, utilizam um
ou mais gênero específico, possuem léxico específico e habilidade discursiva para
comunicação em diferentes graus de conteúdo. Portanto, o sucesso ou o fracasso de uma
interação está, muitas vezes, ligado à convenção linguística que os participantes do
processo comunicativo tem em comum.
Quando as pessoas usam a língua elas fazem muito mais do que expor seus
pensamentos e sentimentos para o seu interlocutor. Numa interação linguística, os
falantes definem papéis, identificam-se como parte de um grupo. Fasold (1990) define
comunidade de fala como um grupo de pessoas que compartilham as mesmas regras e
padrões para o que, quando e como dizer alguma coisa. É claro que cada falante pode
pertencer simultaneamente a mais de uma comunidade de fala. Um indivíduo participa
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