Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 936

marcam as características mais salientes da fala. Neste sentido Romanowski, Martins e
Junqueira (2004, p. 24) entendem que “se os alunos fazem pontes entre o que aprendem
intelectualmente e as situações reais, experimentais, profissionais ligadas aos seus
estudos, a aprendizagem será mais significativa, viva, enriquecedora”.
A visão sociointeracionista é muito importante para os processos de ensino e
aquisição de línguas, na medida em que a linguagem desenvolve-se na interação social.
Tanto a linguagem como sua aquisição são compreendidas a partir de sua natureza
sócio-histórica. O sentido, assim, somente pode ser depreendido quando embatido com
o contexto de produção.
Para construir sentido, antes de qualquer coisa, é preciso compreender a si e ao
outro; os sentidos são negociados. O diálogo é a ideia fundadora nesse processo de
ensino-aprendizagem. É no processo de interação com o outro que nos constituímos
como somos, que construímos e refletimos sobre nossos discursos.
Diante dessa reflexão alguns ideais de Vygotsky e Bakhtin, evidenciam o papel da
cultura e da linguagem na constituição social do sujeito e do conhecimento, e assim
representam importante pilar para o ensino de línguas estrangeiras.
Para Vygotsky, o conhecimento é construído em contato com a prática social; a
aprendizagem é coletiva e construída pela interação. O professor é o mediador, alguém
que auxilia o aluno a alcançar, no caso da língua, a produção e a compreensão de
gêneros discursivos mais complexos.
Para Bakhtin, a língua é produto de atividades sociais, resultantes de interações
entre interlocutores. Portanto, o ensino de LE não pode deixar de considerar a língua em
uso, como processo linguístico-discursivo. Para Bakhtin, o mais importante no processo
comunicativo está no fenômeno social da interação verbal, que, por sua vez, é
concretizado através da enunciação. A enunciação realizada é como uma ilha emergindo
de um oceano sem limites, o discurso. As dimensões e as formas dessa ilha são
determinadas pela situação da enunciação e por seu auditório (BAKHTIN, 1999, p.125).
Considerações finais
Pesquisadores que escolheram a fala como elemento de análise partiram do
princípio de que a linguagem é uma atividade, uma forma de ação, e fatores como quem
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