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herdados dos gregos, essa curiosidade quase diabólica. Também queremos
saber tudo, cientificamente, com consideração das consequências morais e
até das consequências físicas. (CARPEAUX, 1999, p. 645)
Com isso, é possível evidenciar traços trágicos no percurso do herói do romance, os quais
dialogam com a tradição literária, no entanto, ao invés de um herói somente astuto, glorioso e
íntegro, observa-se uma personagem fragmentada, desiludida, angustiada, haja vista que o contexto
da obra está envolto pelo momento colonial mais denso de Moçambique, representando, por sua
vez, as suas dores, solidões e, por fim, dramas humanos dos seres gerados dentro desta
supermodernidade caótica, parafraseando Marc Augé, e, ainda cercado pela prosperidade
denunciada pela narrativa, como se fosse a expressão da própria nação, projeta-se uma voz de
clamor pelas linhas evocativas do escritor Orlando Mendes em meio a um mundo e um destino
partidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARISTÓTELES.
A poética clássica.
Trad. de Jaime Bruna. 6. ed. São Paulo: Cultrix, 1995.
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Maria Lúcia Pereira. Campinas, SP: Papirus, 1994.
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Questões da literatura e estética: a teoria do romance.
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Bernandini. São Paulo: UNESP/Huatec, 1990.
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O poder do mito.
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Ensaios reunidos: De a cinza do purgatório até livros na mesa.
Rio de Janeiro: UniverCidade: Topbook, v.1, 1999.
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Trad. de Roberto Lacerda. São Paulo: Scipione, 1997.
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O mundo à revelia.
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A dimensão da noite e outros ensaios.
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MENDES, Orlando.
Portagem.
São Paulo: Ática, 1981.
SÓFOCLES.
A trilogia tebana: Édipo Rei, Édipo em Colono e Antígona.
Trad. de Mário da Gama
Kury. 11.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
