I Anais do Simpósio de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa - SILALP - page 54

53
Porém, é preciso pontuar que o menino, do ponto de vista ideológico-cultural,
pertence, de certo modo, ao mesmo espaço que o passarinheiro. Aqui se tem a inversão de
uma ordem, inversão por meio da qual o menino entra no mundo do vendedor, deixando de
lado sua cultura de branco.
A causa do confronto também está nas diferentes sensibilidades decorrentes de
estruturas de pensamento distintas, o que se nota no modo com que o menino avalia a si
próprio, sua família e o mundo em que se insere. Não havendo lógica nesse acontecimento,
pressupomos que o insólito ganha vida no final do conto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas Híbridas. São Paulo: Edusp, 1998.
CHIAMPI, Irlemar. O Realismo Maravilhoso
.
São Paulo: Perspectiva, 1980.
COUTO, Mia. Cada homem é uma raça
.
Lisboa: Caminho,1990.
HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Tradução Adelaine Resende.
Belo Horizonte: UFMG Ed., 2008.
LEVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural dois. 4 ed. Rio de Janeiro: Tempo
Brasileiro, 1993.
MEMI, Albert. Retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1977.
MIRANDA, Maria Geralda de. Representações da cultura Moçambicana: uma leitura de
Cada homem é uma raça, de Mia Couto. São Paulo, XI Congresso Internacional da
ABRALIC, 2008.
1...,44,45,46,47,48,49,50,51,52,53 55,56,57,58,59,60,61,62,63,64,...196
Powered by FlippingBook