Zélia Lopes da Silva (Org.)
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conscientizar a pessoa que não separa o lixo.
— M.M.S.:
Mas tem gente que ainda fala que não tem material, não é difícil separar, mas
para isso tem que se conscientizar.
Entrevistadoras:
E a relação com as pessoas da Cooperativa, vocês têm amizade ou é
só trabalho mesmo?
— M.M.S.:
Na verdade, a gente tenta conseguir amizade com todos, porque é difícil você
trabalhar em um ambiente sendo mal humorado, a gente tenta se relacionar bastante
com o pessoal daqui. Na verdade, trabalhar com os seres humanos não é fácil, daí você
tem que fazer o possível e o impossível, deixar os seus problemas na sua casa e vir para
trabalhar. Aqui estou e vamos lutar.
Entrevistadoras:
Então, essa amizade que vocês têm aqui vai para fora também?
—M.M.S.:
Sim, sem dúvida. A gente tenta pelo menos sair daqui bem, para poder construir
um mundo melhor lá fora, o que seria com os moradores das casas, já pensou chegar
emburrada?
Entrevistadoras:
E você tem alguma atividade de lazer preferida, que você gosta?
— M.M.S.:
De beber, fazer churrasco com os amigos, muita cachaça nessa vida.
Entrevistadoras:
De fim de semana?
— M.M.S.:
Isso, mas a gente é tão teimoso que, de vez em quando, a gente faz no meio
da semana mesmo.
Entrevistadoras:
Com o pessoal aqui da Cooperativa?
— M.M.S.:
Isso, os amigos são mais aqui, às vezes, esquece que tem amigos lá fora, já
começa aqui na segunda e termina no domingo.
Entrevistadoras:
Com esse cargo no Conselho Fiscal, os homens respeitam você?
— M.M.S.:
Pergunta difícil essa, sim, respeitam sim.
Entrevistadoras:
Não tem nenhuma diferenciação entre os homens e as mulheres?
— M.M.S.:
Não, não.
Entrevistadoras:
E para você, qual a importância de estar nesse cargo como mulher, de
estar em um cargo elevado aqui dentro da Cooperativa?
— M.M.S.:
Primeiramente, assim, a pessoa que exerce esse cargo no Conselho Fiscal tem
muita responsabilidade. Para mim é muito bom e se der eu vou continuar para poder dar
um andamento melhor.
Entrevistadoras:
E você tem algum sonho para o futuro? Casar? Ter mais filhos? Continuar
na Cooperativa?
— M.M.S.:
Bom, continuar na Cooperativa, construir realmente uma família e o meu maior
sonho mesmo é conseguir o registro da minha filha, que é uma batalha muito, muito grande.
E, por ela ter somente cinco anos é uma coisa que vai construindo, na cabeça e aí vêm as
perguntas: “Por que fulano tem pai e eu não tenho?”. É uma coisa difícil de explicar.
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