Zélia Lopes da Silva (Org.)
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fatalidade, descuido, alguma coisa. Eu, graças a Deus, nunca tive nada disso, minha saúde
é perfeita.
Entrevistadoras:
Para finalizar, você tem algum sonho para o futuro? Algum plano,
objetivo?
— M.G.S.:
O sonho para o futuro, eu acho que é ficar aqui na Cooperativa, já tem oito
anos que eu estou aqui. Já tem até senhora de idade que trabalha aqui que não consegue
emprego lá fora e vem aqui procurar, mas eu penso comigo, trabalhar até quando existir a
Cooperativa, porque daqui eu não saio não.
Entrevistadoras:
Mudou para você ter entrado aqui?
— M.G.S.:
Mudou, como mudou. Fora os outros empregos que eu tive aqui, foi o melhor,
bem melhor. Então, aqui foi uma oportunidade que eu tive, consegui minhas coisas aqui,
arrumar a minha casa, então, daqui eu não pretendo sair não. Esse ano eu sendo diretora
ou não sendo, vou ser uma cooperadora normal, porque isso não tem desvantagem
nenhuma. A gente só é diretora e coordenadora, porque, às vezes, você tem capacidade
de aprender algo a mais para passar aos outros. Quando alguém não sabe alguma coisa,
a gente sabe. Eu estou aqui desde 2004, então eu já sei um pouco da Cooperativa, então
eu posso passar o que eu sei para eles.
Entrevistadoras:
Então, o seu sonho mesmo é continuar na Cooperativa?
— M.G.S.:
Continuar na Cooperativa, porque a Cooperativa não acaba, aqui é um trabalho
“indeterminado”. Enquanto existir duas ou três pessoas tem trabalho, porque material
reciclável não acaba nunca, sempre vai ter consumidor.
Entrevistadoras:
Você mora perto da Cooperativa ou é longe?
— M.G.S.:
Não, eu moro na Vila Ribeiro, aliás, para baixo da Vila Ribeiro.
Entrevistadoras:
E como você vem para cá todo dia?
— M.G.S.:
De ônibus, tem o ônibus da Cooperativa que passa nos pontos e vai pegando
o pessoal e traz pra cá.
Entrevistadoras:
Vocês não visitaram a exposição que teve lá na Faculdade?
— M.G.S.:
Se foi alguém, deve ter sido alguém daqui, mas eu não me lembro de ter ido à
exposição.
Entrevistadoras:
Então, qual é a sua opinião sobre esse trabalho que a gente está fazendo,
que possivelmente resultará em um livro, um site da Cooperativa. Qual é a importância
desse trabalho, a entrevista, contar a sua história e das outras pessoas que estão aqui na
Cooperativa?
—M.G.S.:
Eu acho que é importante, vocês vêm aqui, entrevistam a gente e a gente passa
um pouco do que sabemos para vocês. Eu acho assim, para mostrar lá fora que não é só
aqui em Assis, têm várias cidades também que precisam, tem que ter esse projeto, porque
isso é uma conquista muito grande que a gente teve. Então, outras cidades vizinhas,
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