Zélia Lopes da Silva (Org.)
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Entrevistadoras:
E essas eleições, como funcionam? Todos participam?
— M.G.S.:
A eleição é assim. A gente faz as chapas, daí o grupo de pessoas que trabalha
aqui há mais de seis meses é que vai decidir quem quer votar naquela chapa e quem não
quer.
Entrevistadoras:
A Cooperativa tem um papel muito importante na questão do meio
ambiente. Vocês acreditam que estão contribuindo para preserva o meio ambiente?
— M.G.S.:
Acho o meio ambiente importante, e geralmente todas as garrafas, essas
coisas que ficam no bueiro, terreno baldio que as pessoas jogam fora, nós catadores
temos consciência. Vamos lá e pegamos. Nós mesmos falamos para os moradores, donas
de casa para não jogar fora. Toda semana (de segunda a sexta) tem coleta seletiva. A
gente passa e recolhe. Só nos dias de chuva, de temporal, que não tem como ir para a rua,
mas entre sol e frio, a semana inteira tem coleta seletiva. A gente orienta bastante eles.
Eles jogam e a gente pega o que tiver nas caçambas mesmo, a gente pega.
Entrevistadoras:
Tem gente que não separa o lixo?
— M.G.S.:
Isso, e como o lixo pesado vai voltar a passar aqui na usina, vamos encontrar
muito material reciclável ainda no lixo. Então, a gente tem que conscientizar muito ainda
os moradores.
Entrevistadoras:
Aqui em Assis, na sua avaliação, você acha que a grande maioria
contribui para a Cooperativa.
— M.G.S.:
Então, nos bairros em que a coleta seletiva percorre, muitos são os que
contribuem. No Jardim Europa, que é um bairro bom, contribui que é uma beleza, sacos e
sacos preto para reciclagem; agora têm umas vilas que é mais ou menos, essas dão um
pouquinho de trabalho. Então, a gente tem que conversar e orientar eles para eles não
jogarem, porque a gente passa e pega.
Entrevistadoras:
Vocês fazem um duplo trabalho, de coleta e conscientização.
— M.G.S.:
A gente mesmo conscientiza o morador, porque a gente já está passando na
porta do morador, então, a gente pega o material. Às vezes, eles só entregam PET, mas
a gente avisa que não é só PET. É caixinha de leite, um monte de coisa. A gente fala para
eles separarem tudo isso que a gente leva, então não é só garrafa.
Entrevistadoras:
Para você como mulher, como é participar da direção desse trabalho?
—M.G.S.:
Então, eu pensava que eu não tinha um potencial, de está sabendo os materiais
recicláveis. Eu aprendi muito com Claudineis, André que fazem parte da diretoria, seu
Osvaldo que é mais velho e um diretor, também. Além da Creusa que entrou na diretoria,
também, no ano passado. Ela não era da diretoria, esse ano ela já é.
Eu aprendi muito com ela, porque a Creusa que é a primeira secretária, tem mais
entendimento com as papeladas, além da Daniela que é a secretária. Eu já tenho mais
conhecimento da rua como coordenadora, da esteira, da prensa, com os materiais. Eu já
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