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No distrito de Icoaraci, que reúne atualmente a maior parte dos ceramistas, nota-se
que algumas técnicas estão sendo adaptadas, como por exemplo, o uso constante de torno
para a modelagem, a queima a gás em substituição à lenha e o uso de tintas
industrializadas aos engobes, deste modo, aspectos das cerâmicas vêm sofrendo
alterações. Também, alguns ceramistas contratam auxiliares para realizarem etapas do
processo de produção das peças, como para a modelagem em torno e mesmo a queima, se
responsabilizando mais pela etapa de decoração. Estas opções são utilizadas para
aumentar a produtividade e cumprir prazos de encomendas. Entretanto, terceirizando etapas
da produção, a peça perde autoria e, por vezes, se distancia da proposta inicial – a
realização de réplicas – surgindo um produto que ainda remete à cerâmica indígena
amazônica, mas com uma linguagem diferenciada.
Referências
AMORIM, Lilian Bayma.
Cerâmica marajoara
: a Comunicação do silêncio. Belém: Coleção
Museu Paraense Emílio Goeldi, 2010.
DALGLISH, Lalada.
Mestre Cardoso
: A arte da cerâmica Amazônica. Belém: SEMEC,
1996.
RIBEIRO, Berta G. (Coord.).
SUMA Etnologica Brasileira
. Rio de Janeiro: Editora Vozes,
1987. Volume 2.
SOUZA, Márcio; PAPA, Cleber.
Brasil das Artes
. São Paulo: São Paulo ImagemData,
1998.