Anais do VII Encontro do Cedap – Culturas indígenas e identidades - page 127

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HELENA
, DE MACHADO DE ASSIS: DO BRASIL PARA O MUNDO E
PARA OS BRASILEIROS
Ederson Murback ESCOBAR
1
Este trabalho pretende entender a relação entre o romance
Helena
, de Machado de
Assis, e o aparente intuito de posicionar esta obra num cenário internacional sem, no
entanto, deixar de lado a “cor local”. Cada vez mais estudos abordam as obras de Machado
de Assis pensando no diálogo que estas obras mantinham com obras estrangeiras.
Certamente, a maioria destes estudos tem como base as narrativas machadianas
posteriores a 1880, ou seja, as obras da chamada “segunda fase”. No trabalho o qual este
resumo introduz, tentaremos entender como o romance
Helena
, sendo publicado três anos
após o
Instinto de nacionalidade,
obedece aos preceitos que o próprio Machado de Assis
instituiu neste texto crítico e em outros dois anteriores.
Muito se tem estudado sobre a “universalidade” da obra de Machado de Assis.
Também se tem pensado sua obra por um prisma relativamente inverso, e, nesse caso, a
“cor local” é o que mais teria relevância nos textos machadianos. Além da própria obra deste
autor, a maior prova de que Machado também pensava essas questões são seus textos
críticos sobre o assunto. Muito antes de escrever suas obras mais apreciadas, em alguns
casos antes mesmo de escrever seu primeiro romance, Machado de Assis já pensava a
literatura nacional e internacional. “O passado, o presente e o futuro da literatura”, texto
crítico de Machado publicado n’
A Marmota
, em 1858, é mais uma evidência de que o autor
já pensava a literatura nacional e mundial com muito cuidado bem antes das
Memórias
póstumas de Brás Cubas
.
Além de “O passado, o presente e o futuro da literatura”, serão utilizados aqui mais
dois textos críticos de Machado de Assis com a finalidade de entendermos a forma pela qual
esse autor pensava a nossa literatura em relação à literatura do velho mundo. Também
empregaremos o romance
Helena
, com a finalidade de verificarmos, na prática, algumas
das questões abordadas nos textos críticos do autor. De certa forma, buscamos entender
como o romance em questão obedece aos próprios preceitos que o autor instituiu nesses
textos teóricos. Trabalhos que seguem uma linha parecida já foram feitos, entretanto, quase
sempre se basearam em obras da chamada “segunda fase” machadiana. O importante de
se levar em consideração, nesse contexto, uma obra publicada antes de 1880, seria
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Mestrando - Programa de Pós-Graduação em Letras – Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Unesp – Univ. Estadual
Paulista, Campus de Assis – Av. Dom Antonio, 2100, CEP: 19806-900, Assis, São Paulo – Brasil. Bolsista CAPES. E-mail:
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