pouco, consumido pela solidão e não se permitiu, em nenhum momento, viver um
pouco de alegria ou de satisfação.
O medo, muito recorrente na poesia de Al Berto, é algo que nos remete,
certamente, à poesia simbolista/decadentista, da qual percebemos traços neste poema.
Aqui há uma pessoa descrente de seus sentimentos e capacidades, entregue à
solidão e que, em vida, vive a experiência de uma morte como pessoa, como alguém
que poderia ter desejos, sonhos, amores, amigos e não o faz. Essa temática da morte, da
solidão, da decadência remete à estética simbolista/decadentista.
Assim como “óculos escuros”, o termo “turvo” aparece como símbolo para a
escuridão, para tudo que é embaçado diante da visão desse eu-lírico e toda essa
escuridão representada no poema culmina em morte, no sentido figurado, representada
através do torpor a que o eu-lírico se submeteu, ausentando-se de todo sentimento bom
que poderia cultivar em relação à vida.
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