As funções da literatura
Professor, crítico e ensaísta Antonio Candido, mestre de todos nós, discorre
acerca das funções que a literatura pode desempenhar na formação do homem. Segundo
ele, as funções são: psicológica, formadora/educadora e social.
Na função psicológica, a literatura responde às necessidades humanas de ficção
e fantasia. Essas necessidades são expressas por meio dos devaneios em que todos se
envolvem diariamente. Em se tratando das modalidades de fantasia, para Candido, a
literatura seja, talvez, a mais rica, pois é capaz de suprir, e transformar a realidade com
o trabalho executado pela imaginação literária.
Na função formadora, a literatura formaria e educaria como a própria vida. Por
ter base na realidade, a literatura atua como instrumento de educação, de formação do
homem, não segundo a pedagogia oficial, ou como um apêndice de instrução moral e
cívica ou, ainda, como nos manuais de virtudes e boa conduta, mas trazendo em si tanto
o bem quanto o mal e agindo de forma imprevisível na formação do homem, trazendo
em si tanto o bem quanto o mal, ela humaniza em sentido profundo, porque faz viver.
A terceira e última função considerada por Candido diz respeito ao
conhecimento do mundo e do ser, à identificação do leitor e de seu universo vivencial e
ele denomina de função social. Essa função é que faculta ao homem o reconhecimento
da realidade que o cerca quando transposta para o mundo ficcional. Assim, essa função
é verdadeiramente sentida quando o leitor é capaz de incorporar a realidade da obra às
suas próprias vivências e experiências pessoais, ou seja, quando o leitor se sente
participante de uma humanidade também sua, conseguindo incorporar à sua experiência
o que o escritor lhe apresente como sentido de realidade.
Essas funções influem diretamente no homem, visto que a literatura,
relacionada à demonstração do real, expressa o homem e, ao mesmo tempo, volta-se
para sua formação, ao passo em que é fruidor da mesma. É notória a importância que a
literatura exerce no meio social, principalmente no homem, participante e responsável
pelo sustento e manutenção do seu meio.
Isto é um poema que cura os peixes
trata-se de literatura de fato, pois nele
encontramos as funções estabelecidas por Candido. A função psicológica permeia todo
o texto. Nós leitores nos contagiamos com a imaginação literária oferecida pelo livro.
As fantasias e devaneios também fazem parte do universo ficcional, quando, por