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Aragonez de Faria, Antônio Alves do Valle, Flumen Junius (Ernesto Augusto de Sousa
e Silva Rio), mais tarde reforçado pelos europeus Rafael Bordalo Pinheiro, Luigi
Borgomaineiro e Ângelo Agostini. Os títulos multiplicavam-se:
A Vida Fluminense
(1868/1875),
7
O Mosquito
(1869/1877) e o
Mequetrefe
(1875/1893), este último com
participação de Olavo Bilac e Arthur Azevedo. Redigido em francês, circulou o
Ba-Ta-
Clan
(1867/1872), que se orgulhava de informar seus leitores sobre os eventos
noturnos cariocas e as belas moças do Alcazar Lírico.
8
O Psit!!!
(1877) e
O Besouro
(1878/1879), do português Bordalo Pinheiro, e a
Revista Ilustrada
(1876/1898), famosa
por expressar todo o ímpeto político de seu proprietário, o caricaturista Agostini, e por
militar em prol da proclamação da República.
A listagem de títulos apresentada e a longevidade das revistas explicam porque
a segunda metade do século XIX é reconhecida como um momento particular da
imprensa brasileira, marcado pela proliferação e circulação de periódicos humorísticos
ilustrados.
9
Renata dos Santos considera esse momento um novo tempo para a
imprensa, uma vez que foi então que a gravura afirmou-se como meio de expressão,
de transmissão da informação e, ainda, enquanto produto comercial. A autora chama
atenção para o fato de, até o período final da Regência, a imagem fazer alusão,
predominantemente, aos atores políticos e eventos do poder político. Porém, durante
Segundo Reinado, a direção acabou por se inverter e as imagens passaram a gravar
pessoas comuns e o ponto de vista dessas sobre acontecimentos e fatos de interesse
público.
10
Este é o contexto no qual estavam imersos a
Semana Ilustrada
, de Henrique
Fleiuss, com seus personagens, Moleque e Dr. Semana. Pode-se mesmo afirmar que
o periódico e seu criador possuíram caráter vanguardista, no que respeita às técnicas
de edição e produção de um modelo de impresso que fez sucesso no Brasil de então:
os periódicos humorísticos ilustrados.
11
Em 1858, desembarcou no Brasil, junto com seu irmão Carlos Fleiuss e o pintor
Carlos Linde, Henrique Fleiuss, filho de família tradicional – o pai era doutor em
Filosofia e diretor geral da Instrução Pública na Prússia Renana, e sua mãe, católica
7
Sobre esse periódico, ver: (AUGUSTO, 2009).
8
Ver: (MENEZES, 2007).
9
Ver: (MARTINS, 2008, p. 45-80).
10
Ver: (SANTOS, 2008, p.83-94). Além, de explicitar o surgimento de novas perspectivas e
temas abordados pela imagem litográfica, essas páginas trazem ilustrações das litografias de
crítica política desenhadas por Rafael Mendes de Carvalho e Araújo Porto Alegre, e também a
série Costumes do Brasil de Joaquim Lopes de Barros Cabral Teives, que retratou, em
cinqüenta litogravuras trabalhadores(as) negros(as). Ambos os trabalhos foram produzidos no
ateliê Litografia do Comércio, de posse de Frederico Guilherme Briggs.
11
Segundo Lima (1966, p.93), autor de obra clássica sobre caricatura, a
Semana Ilustrada
particularizou-se, pois, antes de 1860, nenhum periódico ilustrado atingiu longevidade similar.