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Boulanger e Risso, Ludwing e Briggs, Larée, Heaton e Rensburg, Martinet, Paula Brito,
Cardoso, Lauzinger e Sisson.
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Além de produzirem um amplo rol de gravuras avulsas,
desenhos de engenharia civil e militar, estavam presentes em eventos oficiais,
executavam retratos da família imperial e de figuras aristocráticas, foram também os
responsáveis pelos primeiros periódicos ilustrados que circularam pelo Império.
Ainda que exista polemica no que respeita às primazias, é consenso que
dentre as primeiras caricaturas desenhadas em terras brasileiras estavam as de
Rafael Mendes de Carvalho e Araújo Porto Alegre, estampadas no semanário
A
Lanterna Mágica
(1844-1845). Porém, o país recém independente já havia sido alvo
de caricatura anônima, publicada em Londres em 1826, que retratou os servos do
Império como primatas, e outra, datada de 1831, de Honoré Daumier, relativa à
disputa entre os irmãos D. Pedro I e D. Miguel (MARTINS, 2011 p. 521).
A revista o Museu
Universal: Jornal das famílias brasileiras
(1838/1844) foi,
segundo Rafael Cardoso, o primeiro grande projeto editorial no qual as imagens
ocuparam papel de destaque.
4
Outros impressos ilustrados surgiram, ainda que sem
ostentar a mesma longevidade, caso da
Minerva Brasiliense
(1843/1845),
Ostentor
Brasileiro
(1845/1855),
Museu Pitoresco, Histórico e Literário
(1848) e
O Jornal das
Senhoras
(1852/1855). Entretanto, foi a
Ilustração Brasileira
(1854) que reservou uma
página inteira para a caricatura, que também se fazia presente em
O Universo
Ilustrado
(1858/1859),
L’Iride Italiana
(1854/1856),
O Charivari Nacional
(1859), clara
alusão ao similar francês que lhe serviu de inspiração, e
O Brasil Ilustrado
(1855/1856), este com caricaturas de Sebastian Auguste Sisson.
5
No entanto, o
crescimento da circulação de revistas satíricas, do gênero da inglesa
Punch
e da
francesa
Le Charivari
, tornou-se mais perceptível a partir da década de 1860, que
coincide com o surgimento da
Semana Ilustrada
(1860/1876) (CARDOSO, R., 2011
,
p.
23-26).
Graças à liberdade que vigorou no Segundo Reinado, a imprensa ilustrada
humorística brasileira encontrou ambiente propício para se desenvolver. Em São
Paulo, cabe destacar o
Diabo Coxo
(1864/1865) e o
Cabrião
(1866), periódicos que
abrigaram as primeiras caricaturas e as críticas de Ângelo Agostini ao Estado
Imperial.
6
Já na Capital, além da
Semana Ilustrada
, circularam O Bazar Volante (1864)
e o Arlequim (1867), tendo à frente Josef Mill, João Pinheiro Guimarães, Candido
3
Consultar em: (FERREIRA, 1994, p. 366).
4
Cerca de mil ilustrações foram difundidas ao longo de sua existência, na sua maioria imagens
produzidas em oficinas da Europa, que respondiam à demanda e ao interesse de consumo que
os clichês despertavam no público local. Ver: (CARDOSO, R., 2011, p. 20).
5
Dados retirados de: (MARTINS, 2011, p. 522).
6
Sobre Ângelo Agostini e sua trajetória profissional, ver: (BALABAN, 2009) e (OLIVEIRA,
2006).