contornos mais nítidos: “Diadorim estava me esperando. Ele tinha lavado minha
roupa...” (p. 29)
Ciúmes
Outros ingredientes são acrescentados no processo de formação do
ethos
do
narrador e de construção da personagem Diadorim. Trata-se do ciúme que, se a cena
enunciativa permite existir em uma relação de amizade, é muito mais frequente em
relações amorosas de natureza passional. Riobaldo tem ciúmes de Medeiro Vaz, muito
elogiado por Diadorim:
E veja: eu vinha tanto tempo me relutando,
contra o querer gostar de Diadorim mais do
que, a claro, de um amigo se pertence gostar;
e agora aquela hora, eu não apurava
vergonha de se me entender um ciúme amargoso. [...] Mas ciúme é mais custoso de se
sopitar do que o amor. Coração da gente – o escuro, escuros. (p.30)
Por outro lado, Diadorim sente ciúme de Nhorinhá, prostituta bonita, filha da
curandeira adivinhadora Duzuza:
Entendi que [...] Diadorim me queria tanto bem, que ciúme dele por mim
também
se
alteava. Depois dum rebate contente, se atrapalhou em mim aquela outra vergonha, um
estúrdio asco. (p.32)
Outras cenas de ciúmes ainda são relatadas, como as que envolvem Leopoldo e
Garanço. Em relação a Leopoldo, alguém do bando comentou, em tom de provocação:
- ‘Eh, esse Reinaldo gosta de ser bom amigo... Ao quando o Leopoldo morreu, ele quase
morreu também, dos demorados pesares...’ Desentendi, mediante meu querer. Mas não
me adiantou. Daí, persistentemente, essa história me remoía, esse nome de um
Leopoldo.
Cabe aqui observar que Reinaldo é o outro nome de Diadorim, registro a ser
comentado adiante.
Quanto a Garanço, Riobaldo implica com o fato de o jagunço afirmar que
Diadorim possivelmente dançara na noite anterior, visto que era um “um pé de salão”.
Decorrente dessa antipatia, Garanço, embora “muito agradável em seu natural”, recebe