feminista contemporânea, está baseada na denúncia da existência de uma opressão. E,
também, na ideia de que essa opressão persiste, apesar da conquista dos direitos de
igualdade.
O feminismo foi responsável por várias mudanças nas sociedades como: o
direito ao voto (para as mulheres), crescimento das oportunidades de trabalho para
mulheres e salários mais próximos aos dos homens, muito longe ainda de oportunidades
e promoções equiparadas, direito ao divórcio, controle sobre o próprio corpo em
questões de saúde, inclusive quanto ao uso de preservativos e ao aborto.
As revistas direcionadas ao público feminino vêm se moldando as necessidades
de suas leitoras e se adequando aos interesses delas em cada época. Atualmente as
revistas femininas buscam mostrar o quão independente e poderosa são as mulheres
hoje em dia. E que são trabalhadoras e libertas das opressões masculinas que outrora as
atormentava. Porém um olhar mais atento e apoiado nos conceitos da Análise do
Discurso é capaz de perceber que tais revistas ainda reproduzem discursos machistas
mantendo vivos tais discursos até mesmo naquelas que os reprovam: as mulheres.
CONCEITOS DA ANÁLISE DO DISCURSO
A Análise do discurso fundada por Michel Pêcheux, na França é sustentada por
dois pilares o Discurso e a Ideologia. Na ótica da Análise do Discurso, a linguagem não
é apenas um instrumento de comunicação ou de transmissão de informação. Ela é mais
do que isso. A linguagem é o lugar de conflitos e confrontos, pois ela só pode ser
apanhada no processo de interação social. Não há nela um sentido estabilizado.
O sentido é constituído socialmente. A ilusão de sentido único de uma palavra
ou enunciado é fruto de um processo de sedimentação ou cristalização que apaga ou
silencia a disputa que houve para dicionarizá-la. “O sentido não existe em si mesmo. Ele
é determinado pelas posições ideológicas colocadas em jogo no processo histórico no
qual as palavras são produzidas” (PECHÊUX, apud BRANDÃO, 1993, p. 62).
Nesse trabalho foi fundamental o conceito de formação discursiva introduzido
por Foucault e repensado por Pêcheux. Formação discursiva segundo Pêcheux (2009,
p.147) é:
Chamaremos, então,
formação discursiva
aquilo que, numa formação
ideológica dada, isto é, a partir de uma posição dada numa conjuntura dada,
determinada pelo estado de luta de classes, determina
o que pode e deve ser