Anais do 1º Colóquio Internacional de Texto e Discurso - CITeD - page 201

O objetivo desta comunicação é fazer uma breve abordagem sobre os discursos
machistas estabelecidos na sociedade e reproduzidos por revistas femininas a partir de
sequências discursivas retiradas das revistas Criativa, Gloss e Corpo a corpo, das
editoras Globo, Abril e Escala, respectivamente. Esta análise fundamenta-se nas
categorias da Análise do Discurso, sobretudo as formações ideológicas e discursivas, as
condições de produção do discurso e a produção de sentidos, tendo como referencial
teórico e metodológico a Análise de discurso, criada por Michel Pechêux na França na
década de 60 do século XX.
As revistas femininas se filiam a determinadas formações ideológicas e estão
historicamente comprometidas com ideais feministas, a análise dessas sequências
discursivas possibilitarão olhar crítico sobre a forma como as revistas femininas
posicionam-se frente ao discurso machista massificado e como reproduzem tais
discursos.
O MOVIMENTO FEMINISTA
É possível encontrar na historiografia dos séculos XV e XVIII traços das
condições de vida das mulheres dessa época. Alguns escritos relatam as opressões
sofridas pelas mulheres em decorrência da superioridade e dominação e exercida pelos
homens. No entanto, não se pode afirma que ai teve origem o movimento feminista.
Estudiosos do tema creditam ao contexto social e político da Revolução Francesa
(1789) e, portanto, do Iluminismo, o surgimento do feminismo moderno.
No século XIX, o feminismo emancipacionista da Inglaterra galgava o direito ao
voto, a educação e ao trabalhar. A luta por igualdade jurídica, dessa forma, tornou-se o
centro das discursões e reivindicações do movimento. Nesta época estavam em vigor
leis que formalizavam as diferenças entre os sexos masculino e feminino. Stuart Mill,
pensador inglês, ganhou destaque ao propor o princípio geral de emancipação das
mulheres a partir da abolição das desigualdades no núcleo familiar, da admissão das
mulheres em todos os postos de trabalho e da oferta de instrução educacional nos
mesmos níveis disponíveis aos homens.
O movimento feminista contemporâneo teve início nos Estados Unidos, em
meados da década de 1960, e se propagou por vários países industrializados entre 1968
e 1977. A luta pela "libertação" da mulher, que representa a essência da doutrina
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