Recife/Pernambuco, março 1971
(SAVARY, 1998, p. 128).
Ar
É da liberdade destes ventos
que me faço.
Pássaro-meu corpo
(máquina de viver),
bebe o mel feroz do ar
nunca o sossego.
Arraial do Cabo, 1972
(SAVARY, 1998, p. 128).
A Água
se enovela pelas pernas
em fio de vigor espiralado
sobre o ventre e alto das coxas.
O orgasmo é quem mede forças
sem ter ímpeto contra a água.
Rio Quente/Goiás, maio 1972
(SAVARY, 1998, p. 129).
Terra,
em golfadas envolve-me toda,
apagando as marcas individuais,
devora-me até que eu
não respire mais.
Rio de Janeiro, 1972
(SAVARY, 1998, p. 129).
Signo
Há tanto tempo que me entendo tua,
exilada do meu elemento de origem: ar,
não mais terra, o meu de escolha,
mas água, teu elemento, aquele
que é o do amor e do amar.
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