Página 383 - Anais do IV Seminário Leituras da Modernidade: entornos da poesia

“OS 4 ELEMENTOS DA PAIXÃO” EM OLGA SAVARY
Raquel TEIXEIRA OTSUKA (PG-UEL)
RESUMO: O presente trabalho visa analisar cinco poemas da escritora paraense Olga Savary,
os quais versam sobre os quatro elementos da natureza, ou, como prefere a autora, “os 4
elementos da paixão” – ar, água, terra e fogo. Os poemas escolhidos para este estudo foram
retirados de dois de seus livros: “Fogo”, “Ar”, “A Água” e “Terra” abrem Sumidouro (1977) e
“Signo” faz parte de Linha d’Água (1987). Este trabalho propõe uma análise dos poemas, com o
intuito de apontar características do simbolismo dos quatro elementos na poética savaryana,
incluindo a temática da natureza e do erotismo, ambas recorrentes em sua obra, e esta última
presente em alguns dos poemas selecionados. A pesquisa contará com estudos sobre a poesia
savaryana de modo geral, bem como estudos sobre o simbolismo de cada um dos elementos dos
cinco poemas.
PALAVRAS-CHAVE: Olga Savary; fogo; terra; ar; água.
Introdução
Este trabalho visa analisar cinco poemas de Olga Savary, os quais versam
sobre os quatro elementos da natureza, ou, como prefere a autora, “os 4 elementos da
paixão” – ar, água, terra e fogo.
Este estudo propõe uma análise dos poemas, com o intuito de apontar
características do simbolismo dos quatro elementos na poética savaryana, incluindo a
temática da natureza e do erotismo, ambas recorrentes em sua obra, e esta última
presente em alguns dos poemas selecionados.
Olga Savary é uma poeta paraense, natural de Belém, nascida em 21 de maio
de 1933. É também jornalista, tradutora, ensaísta, contista, curadora, haicaísta, crítica.
Tem origens russas por parte de pai e pernambucanas por parte de mãe. Olga Savary
transporta para sua obra toda a sensualidade da região e da mulher amazônica.
Começou a escrever muito cedo, aos 10 anos, quando ainda assinava “Olenka”,
diminutivo de Olga em russo, em seus jornais artesanais, os quais traziam poemas e
eram vendidos a vizinhos e amigos próximos. Atualmente, a poeta tem mais de 15
livros publicados e outros no prelo. Seu primeiro livro é Espelho Provisório, publicado
em 1970, o qual ganhou o prêmio Jabuti em 1971. Após sete anos sem nenhuma obra
publicada, em 1977, Sumidouro, é lançado, tendo como grande temática a viagem para
o interior de si mesmo, do “eu-poeta”. Dois anos depois, em 1979, Altaonda, contendo
poemas da mesma época de Sumidouro, foi dedicado ao amigo Carlos Drummond de
Andrade.