Figura 2: Imagem em RA de poema do livro
Between Page and Screen
O livro exige que os leitores se concentrem exclusivamente em cada poema,
um poema de cada vez (o procedimento ocupa olhos e mãos, eliminando o potencial
para realizar diferentes tarefas
on-line
).
O que emerge, de fato, é uma bela reflexão sobre onde o coração de um livro
realmente reside: no meio, entre página e tela, ou na experiência do leitor e da
imaginação?
Trata-se de uma abordagem sobre o estado atual da leitura, em que cada vez
mais se lê em telas, seja em aparelhos portáteis ou computadores, mas ainda há muitos
que realmente amam os livros como objetos físicos. Nesse sentido, a RA parece ser feita
sob medida para esse espaço exploratório, em que tanto uma página quanto uma tela são
necessárias para se chegar ao texto.
Num nível mais profundo, é uma reflexão sobre a dualidade: página e tela,
sujeito e objeto, materialidade e efemeridade, a rigidez das formas geométricas em
preto-e-branco e a fluidez suave do amor.
A obra contempla tanto a tradição do livro, por meio do design arrojado e
acabamento primordial de seu objeto impresso, como também celebra o potencial das
tecnologias digitais. Segurando o livro de cabeça para baixo, em direção à tela, surge
uma imagem espelhada do texto, remetendo à tipografia manual, que requer um trabalho
de cabeça para baixo e em imagem de espelho.
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