Figura 1: Capa do livro
Between Page and Screen
Os poemas – uma série de cartas enigmáticas entre dois amantes, P e S – não
existem em qualquer página ou tela, mas em uma realidade aumentada somente
acessível para o leitor que possui tanto o objeto físico quanto o dispositivo necessário
para lê-lo.
Sem o leitor, os poemas inexistem. Deve haver alguém para segurar o livro,
abrir a página e olhar para a tela para que o conteúdo se materialize. O leitor tem o
papel essencial de fazer o livro acontecer, e é exatamente por isso que sua imagem está
inserida no ambiente tridimensional.
O leitor se vê projetado na tela, segurando em suas mãos as páginas a partir das
quais a língua viva de texto digital se desdobra na história. Repleta de jogos poéticos, a
narrativa flui com humor e sofisticação, com palavras que se transformam em outras a
partir dos movimentos do leitor, uma metáfora para o desejo visceral dos dois amantes
alfabéticos “P” e “S”.
Esse
in-between
, ou seja, esse intermediário, é também uma referência ao
diálogo que ocorre entre a página e a tela: por isso, é uma referência tanto à forma
quanto ao conteúdo.