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a partir de seus serviços, a expansão de suas estruturas e de seus prédios é encarada
como parte do processo de modernização da cidade de Botucatu.
Esse processo de transformações é destacado nos periódicos, tanto no que se
refere à companhia ferroviária na cidade, bem como as mudanças que a própria
cidade passa em suas construções. Novos prédios, novas construções que tomam
todo o centro da cidade:
[...] aumenta dia a dia o número de construções novas e modernas,
em vários pontos da cidade, como uma demonstração bastante do
nosso progresso. Neste ano tem-se acentuado, de maneira assaz
significativa, o número de construções em nossa cidade, parecendo
que estamos às portas de novos dias, mais felizes. Por toda a parte
vêem terrenos, há pouco abandonados, nos principais pontos da
cidade, com alicerces abertos, pilhas de tijolos, e operários, e todo
aquele movimento característico do progresso que proclama – aqui
vai surgir um novo prédio (BOTUCATU..., 1935, p. 1).
Todas essas transformações são associadas à modernização da cidade, que
tem como fonte a riqueza proporcionada pela produção cafeeira e pela Estrada de
Ferro Sorocabana. Essas constantes transformações são legitimadas como interesse
de toda a população de Botucatu. Tais transformações são inseridas nessa ânsia pela
modernização e pelo progresso da cidade: local que a modernização torna-se uma
experiência coletiva e histórica, onde seus contemporâneos sentem as transformações
da sociedade em sua volta e mudam com a mesma (BERMAN
apud
PESAVENTO,
1997, p. 30).
As transformações pelas quais a cidade de Botucatu passava, como os
serviços prestados pela Estrada de Ferro Sorocabana, aumento do número de
automóveis, as constantes transformações urbanas com novas construções, a
pavimentação das ruas e ajardinamento das praças, são encaradas como uma
experiência de modernização. Mesmo Botucatu não sendo um grande centro urbano,
nem suas transformações tendo a mesma amplitude de cidades como São Paulo e Rio
de Janeiro, por exemplo, essas transformações em Botucatu eram inseridas num
processo de modernização pela qual a cidade passava.
Nesse sentido, destaca-se no processo de modernização o papel da elite
econômica da cidade, comerciantes, industriais e porque não os produtores de café.
Estes eram interessados nas melhorias, tanto das estruturas da Estrada de Ferro
Sorocabana na cidade de Botucatu, quanto nos melhoramentos que a mesma
proporcionava para a cidade, como na pavimentação da Avenida Floriano Peixoto. Por
conta disso, a ferrovia era encarada como agente da modernização, e as melhorias
proporcionadas por ela, como na pavimentação da via de acesso à estação como o