linguagem, como a coerência, a clareza, a objetividade, a eficácia da mensagem, a
organização textual, a função e tipologia dos textos, a consistência dos argumentos, os
recursos expressivos, entre outros.
A habilidade para redigir é fruto de muito treino, sacrifício, dedicação de ambos
os participantes do processo de ensino-aprendizagem de redação. Ao contrário do que
muitos acreditam, escrever não é um dom, mas resulta de técnica, treino sistemático,
exercícios com os recursos expressivos da língua, leituras constantes, uso do dicionário,
planejamento do texto, discussão das idéias, pesquisa, revisão do texto, organização dos
parágrafos, enfim, é uma atividade que demanda tempo, reflexão e correção infinitas
vezes (Pereira, 1990, p.9-11).
O ensino-aprendizagem de redação requer do aluno a construção de frases,
períodos, parágrafos, textos, inúmeras vezes, pois só se aprende a escrever escrevendo,
ou seja, o aprimoramento da escrita se dá através prática da escrita e da reescrita; e, do
professor, a proposta dessas atividades, também inúmeras vezes, pois os resultados
concretos e positivos só vêm a longo prazo.
Essa perspectiva de ensino-aprendizagem denomina-se construtivo-
interacionista, porque “procura desenvolver a inteligência priorizando as atividades do
estudante e considerando-o inserido numa situação social” (Mizukami, 1986, p.75).
Ensinar construtivamente não significa “receita, método ou técnica” pedagógica,
mas implica uma postura do professor perante seus alunos, de forma a “permitir que
estes aprendam, por si próprios, a conquistar as verdades, mesmo que tenham de realizar
todos os tateios pressupostos por qualquer atividade real” (Mizukami, 1986, p.71), ou
melhor, implica acreditar que podem aprender melhor quando tomam parte de forma
direta na construção do conhecimento que adquirem.
Nessa concepção, o professor não é um mero transmissor de conhecimentos, mas
um organizador do trabalho didático-pedagógico, de modo que o aluno seja o “co-
piloto” de sua própria aprendizagem, ou seja, o professor é um mediador ou facilitador
do processo de ensino-aprendizagem. A pedagogia construtivista requer do professor
mentalidade aberta, desprendimento intelectual, senso crítico, sensibilidade às
mudanças do mundo combinada com iniciativa para torná-las significativas aos olhos
dos alunos e flexibilidade para aceitar a si mesmo o processo de mudança contínua. Ele