Por meio da repetição do nome próprio “Lula”, há também a tentativa de reforçar a
sua figura, relacionando-a, insistentemente, à de Delúbio Soares e Marcos Valério, ambos
acusados de envolvimento no caso “Mensalão”. Essa relação ainda se reforça por haver em
comum entre os dois políticos – Delúbio Soares e Marcos Valério – e Lula o fato de serem
petistas.
Por meio dessa atribuição, o autor busca reforçar a característica de corrupto a
Lula, visto que ele, como petista, seria semelhante aos seus companheiros partidários.
Na crônica “Chipanzés patinadores”, tem-se estabelecida, por meio de um aposto,
a relação entre Lula e Churchill, conforme se observa:
Pode-se argumentar que Lula, o Churchill de Garanhuns, é melhor calado do que falando.
(MAINARDI, 2008, p. 221)
A figura de Churchill é bastante conhecida por ter atuado como primeiro-ministro
do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial e por ter se destacado pelos seus
discursos que estavam sempre relacionados à busca pela paz, defendendo a ideia de que os
países europeus deveriam ter impedido a Alemanha de recompor suas forças armadas antes
da Guerra, para que esta fosse evitada.
Neste caso, especificamente, o que se tem enfatizado são os discursos de Lula,
comparando-os, sob o ponto de vista do cronista, aos discursos de Churchill, considerados
ruins, visto que o autor aponta ser melhor o silêncio de Lula do que seus discursos.
Entretanto, há uma crítica a Lula por este não se pronunciar em situações desagradáveis,
como, em foco no texto, no caso do acidente da TAM, em 2007.
Para aproximar Lula e Churchill como duas figuras políticas importantes com
discursos considerados ruins, o autor se vale de um aposto explicativo, “o Churchill de
Garanhuns” em relação a Lula, já que Garanhuns é a cidade natal do então presidente da
República.
Com isso, observa-se que o nome próprio “Churchill” não nomeia apenas o ex-
primeiro-ministro do Reino Unido, mas funciona como um atributo de Lula.