referencial, as descrições (in)definidas, a nominalização, a associação e a
pronominalização.
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Há de se considerar, no entanto, que inevitavelmente o uso do nome próprio
promove tanto a introdução como a progressão referencial. A esse respeito, diz Koch (2008,
p. 101-102):
O primeiro passo na construção de um texto é a introdução de um objeto-de-discurso na
memória textual (em geral, por meio de um nome próprio ou forma nominal). [...]
Quando a introdução se faz por meio de um nome próprio, tem-se apenas a nomeação do
objeto. Já no caso de se tratar de uma expressão nominal, opera-se uma primeira
categorização do objeto-de-discurso, o qual, a cada retomada, pode ser mantido como tal
ou, então, recategorizado por outras expressões nominais. (KOCH, 2008, p.101-102, grifo
nosso)
A partir dessa afirmação, constata-se que, do ponto de vista da Linguística
Textual, o nome próprio tem sido considerado um dos recursos responsáveis pela
introdução e retomada de referentes. Entretanto, conforme se pode observar em Koch
(2008), esse recurso não é considerado estratégia de categorização e/ ou recategorização
referencial, uma vez que não apresentaria ou alteraria atributos do referente relevantes no
contexto. Ou seja, essa perspectiva teórica limita-se ao estudo da função designativa dos
nomes próprios.
Assim, para a teoria da Referenciação, diante de um nome próprio, só se teria uma
(re)categorização no sentido mais estrito do termo, isto é, o de apresentação e retomada do
referente sob determinada categoria. Todavia, não se considera que um nome próprio possa
operar transformações no referente como descrição (in)definida.
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Apesar de se concordar parcialmente com tal ideia sobre o emprego do nome
próprio, em diferentes textos, em especial, em crônicas de teor político, foram observados
empregos diferenciados de nomes próprios, a partir dos quais passou-se a acreditar numa
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É interessante lembrar também que a pronominalização, embora promova a progressão referencial, opera
transformações nos referentes apenas em situações específicas, sendo sua função principal a progressão
textual e não a recategorização do referente.
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Estratégias de progressão referencial, particularizadas pela seleção de determinada característica do
referente, considerada relevante na situação de interação, de acordo com o propósito do locutor. É
formalmente constituída por nome, antecedido por determinante, artigo (in)definido, e, em algumas situações,
acompanhado por um ou mais modificadores – adjetivo, locução adjetiva ou oração relativa.