Diante de casos como esses, já se pode notar que, nem sempre, o nome próprio é
utilizado com função puramente designativa, podendo, portanto, também exercer função
atributiva, em algumas situações.
Como esta pesquisa tem, como
corpus
, crônicas de temas políticos, a maior parte
dos nomes próprios utilizados é de figuras políticas de destaque na sociedade
contemporânea aos textos, o que pode levar a usos como os referidos por Neves.
Por isso, tem-se por objetivo, com este trabalho, analisar alguns empregos de
nomes próprios de figuras políticas presentes em crônicas de temas políticos escritas por
Diogo Mainardi, publicadas, inicialmente, na revista
Veja
e selecionadas para o livro
Lula é
minha anta
(2008). Com tal análise, busca-se demonstrar como em determinadas situações
de uso, o nome próprio pode atribuir características aos referentes, promovendo, assim, a
(re)categorização referencial.
Análise dos dados
Para realização da análise do material, primeiramente, vale ressaltar a intenção de
se destacar a relação entre o nome próprio “Lula” e os nomes de demais políticos
brasileiros da contemporaneidade, a partir do conceito de referenciação e recategorização.
O conjunto do material selecionado para este artigo é formado de enunciados
extraídos de Mainardi (2008). Para a melhor compreensão da construção referencial
promovida pelo autor, buscar-se-á uma breve contextualização das crônicas, acompanhadas
de análise dos fragmentos.
A primeira crônica em análise destaca o caso “Gamecorp”, que compreendeu
acordos dessa empresa – “Gamecorp” –, pertencente ao filho de Lula, mais conhecido por
Lulinha, com a “Telemar” e a “Rede Bandeirantes”. Na época de publicação da crônica, em
2006, alegava-se que a empresa de Lulinha teria sido politicamente beneficiada por ser de
propriedade do filho do então presidente da República, em sociedade com os filhos de Jacó
Bittar, um dos fundadores do PT. A suspeita levantada nesse período era de que a
“Telemar” estaria auxiliando Lulinha na tentativa de alteração na “Lei Geral das