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O Brasil venceu o primeiro jogo, pelo apertado placar de seis a cinco e ainda assim
na prorrogação. Aqui a animação foi contagiante, a seleção considerada esplêndida,
recebeu inúmeras felicitações. O
Correio da Manhã
salientou a importância do futebol Sul-
Americano ser dignamente apresentado:
Paris, 5 (United Press): [...] estes mesmo elementos adversos, serviram
para demonstrar a bravura indomável e um pugilo de sportman que numa
terra distante da sua, escreveram a mais bela página dos primeiros jogos
finais do campeonato do mundo.
O selecionado do Brasil era para todos uma incógnita. O mistério está
desvendado depois de 120 minutos de luta entre dois gigantes.
Os brasileiros podem considerar-se lídimos representantes do futebol Sul-
Americano, cujas tradições estiveram hoje bem longe de serem
desmentidas [...].
O dia de hoje, todavia, parece ter sido o dia da América [...]. (O
CAMPEONATO..., 1938, p. 5).
Até o jogo subsequente, o jornal continuou a publicar notícias positivas sobre o
selecionado brasileiro. A vitória sobre a Polônia valeu manchetes que ocuparam toda a
folha, seguidas de declarações otimistas, reprodução de telegramas enviados e sintetizou:
“fulminado pela emoção intensa, falecera o chefe da delegação postal telegráfica. Sr. Dario
Balesdente.” (TORCENDO..., 1938, p. 20). A propaganda, o incentivo, a exaltação, eram
intensos. Os jornais também destacavam a competência da seleção polonesa, legitimando,
ainda mais, a vitória brasileira.
OESP,
também com manchete de folha inteira, ressaltava que eram grandes as
esperanças de o Brasil sair vitorioso. Salientava a surpreendente vitória brasileira, já que
boa parte do jogo esteve com dois jogadores a menos, além da chuva torrencial, e insistia
que o Brasil havia se tornado um dos favoritos ao título. Ressaltava o elogio que a imprensa
francesa fez ao Brasil, afirmando que os maiores deles couberam a Leônidas da Silva,
cognominado de Diamante Negro. O jornal relata a importância que o futebol exerce ao
declarar que: “esses jogos, nos quais venceram o Uruguai em 1930, e a Itália, em 1934, vão
demonstrar, uma vez ainda, o poder de atração que o futebol exerce, o quanto é extenso e
importante a sua ação em todo o mundo.” (A SELEÇÃO..., 1938, p. 13). Mostrava, ainda, a
função do esporte para o desenvolvimento mental e arrematava: “A inteligência vencerá
sempre a força bruta. E os jogadores têm que aprender com o Campeonato Mundial.”
(APOXY, 1938, p. 7).
No segundo jogo contra a Tchecoslováquia, o Brasil jogou com o denominado
selecionado azul, considerado o time titular, o mesmo que venceu a Polônia. Porém, o difícil
jogo terminou empatado, Mazzoni (1950, p. 273) declarou que “somente por um milagre o
Brasil não foi eliminado”, pois Machado e Zezé foram expulsos e o Brasil atuou com dois a
menos praticamente todo o jogo, o autor destacava a bravura dos brasileiros. Para a