Anais do VII Encontro do Cedap – Culturas indígenas e identidades - page 166

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apresentados como os construtores do Comunismo Soviético, contudo, com uma
importante diferença: Marx e Lênin prepararam a base teórica da Revolução, Stálin, a
prática. Essa leitura torna-se evidente na legenda que acompanha a fotomontagem:
La férrea direción del camarada Stalin, basada en el maxismo-leninismo, levanta la
colosal edificación del socialismo en la URSS y conduce a la revolución mundial
”. A
outra imagem (Figura 13), publicada quatro anos depois, mantém esse discurso
positivo de Stálin. Publicada na última página da edição de n° 516, essa imagem
apresenta o líder soviético sorrindo e apertando a mão de uma menina. Stálin não foi
apresentado como um simples seguidor, mas, como um colaborador de Lênin e um
teórico do Marxismo-leninismo (Figura 12). Além dessas qualidades, o líder soviético
era humano e exibia solidariedade, reconhecimento e senso de humor (Figura 13).
Outras imagens de propaganda do regime estalinista foram publicadas em
diversas edições do
El Machete
, o que nos levanta a hipótese de existência de uma
rede de contato entre os comunistas mexicanos com os seus camaradas de Moscou.
Poderíamos apresentar e analisar outras imagens, todavia, acreditamos que o
material visual apresentado nas páginas anteriores é suficiente em atingir o objetivo do
presente texto.
Considerações parciais
As imagens analisadas no presente texto são apenas a ponta do iceberg de um
verdadeiro arsenal visual presente nas páginas do
El Machete
. O objetivo principal foi
apresentar uma variedade de produtos visuais, como charges e fotos, e discorrer
brevemente sobre essa experiência imagética da publicação comunista mexicana.
As xilografias de exaltação ao Comunismo, as tiras e charges críticas de
Trotski e as fotos grandiloquentes de Stálin, fazem parte do discurso soviético após a
Revolução Russa de 1917, na qual a URSS se apresentava como a detentora da
alternativa socialista diante do mundo capitalista. Mesmo quando abordaram temas de
âmbitos nacionais, as imagens do
El Machete
interpretaram a realidade mexicana pelo
prisma do Comunismo Soviético.
Ao ser criado por um sindicato de artistas, o
El Machete
, apesar da adoção por
parte do PCM e da troca do seu corpo editorial em seus 14 anos de vida editorial,
sempre manteve um espaço para as imagens, e consequentemente, para a arte em
suas páginas. Segundo o historiador Marcos Napolitano (2011, p. 33), os Partidos
Comunistas latino-americanos, no debate acerca da arte engajada, realizaram um
encontro entre a perspectiva nacional-popular com outros temas teóricos, como o
proletkult
” (cultura proletária), o realismo-socialista e o realismo crítico.
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