português
não é possível encontrar no Brasil, como muitas obras de resgate e crítica de
outros estudiosos sobre a escritora. Aqui, não encontramos nenhuma obra crítica
publicada em território nacional sobre Judith Teixeira, apenas alguns artigos, estes
serviram como direcionamento para a pesquisa. Sousa refere-se à publicação de Vieira
(1977) como essencial para o resgate da escritora:
Outro passo, esse mais do que decisivo, para a convocação de Judith
Teixeira para o debate literário deu-o António Manuel Couto Viana,
em 1977, ao fazer publicar
Coração Arquivista
, onde insere um
fascinante ensaio sobre a poeta, aí vincando o impossível
esquecimento e um interessante conjunto de fascínios estranhamente
deslembrados, voltando o também poeta ao assunto, em 1996, com o
artigo na revista Ler “Escândalo e ousadia no princípio do século”. E,
vinte anos passados sobre a primeira obra de Couto Viana, eis que
Maria Jorge e Luís Manuel Gaspar, com o aval editorial e prefacial de
Vítor Silva Tavares, trazem a público o conjunto de colectâneas
poéticas da escritora e a conferência De Mim, bem como um
interessante “Scriptorium” final com copiosa informação. (2011).
Em 1996, Maria Jorge e Luís Manuel Gaspar reuniram a obra poética de Judith,
juntamente com a conferência:
De Mim
e o livro de contos:
Insaciada
em uma única
publicação, intitulada
Poemas
. Esta obra nos oferece também um
“Scriptorium”
final
com informações sobre a biografia da poetisa. Como única obra de referência, todos os
poemas analisados neste artigo serão desta edição
2
.
Diante dessas considerações, o artigo tem por finalidade inicial incluir-se no
âmbito de pesquisa e resgate de Judith Teixeira, rompendo o silêncio do espaço público
para levar sua obra poética a discussão na Universidade e no meio acadêmico. Por fim,
analisaremos também as representações do corpo feminino nos seus poemas. Estas
representações podem referir-se tanto a presença de perfis femininos no poema,
promovendo uma temática homoerótica, como também a um eu-lírico feminino
consciente do seu corpo e dos seus desejos.
1.
O eu-lírico feminino: a consciência do seu corpo e dos seus desejos.
2
TEIXEIRA, Judith.
Poemas
. Lisboa: & Etc, 1996.
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