príncipes. Nesses casos a esposa deve ser humilhada, para que não se torne igual a sua
mãe, pois a mulher pode se transformar no que a sogra é para ele um dia.
Conclusão
Podemos perceber depois de analisarmos brevemente alguns folhetos de Leandro
Gomes de Barros, que no Brasil a mudança do papel da mulher se dá a partir do
momento em que de mãe, que é bem vista, um exemplo para a sociedade, ela se torna
uma sogra, e assim transforma-se em um ser incrivelmente diabólico:
“ As mulheres como esposas e mães, paradoxalmente, eram vistas
como responsáveis pela harmonia e equilíbrio da civilização dentro
dos limites e restrições a ela impostos pela dominação masculina.
No entanto, ao transladar-se para a condição de mulher sogra,
passa a ser objeto de escárnio e ojeriza. A força da pena que
escrevia os jornais da época deixou traços e cicatrizes profundas,
que evidenciaram este disparate vivenciado pela mulher na
migração identitária da condição de mãe para sogra”.
(SILVA, 2011, P. 82-83)
“A mulher ainda menina
É um arcanjo inocente
Como moça é uma flor
Como esposa uma semente
Como mãe é um sacrário
Como sogra é uma serpente”
(SILVA apud BARROS, Mulher em tempo de crise, 2011, p.
83)
No artigo
O feminino na ótica de Leandro Gomes de Barros,
a autora Vera
Lúcia de Luna e Silva, diz que muitas vezes o poeta irá citar a sogra com tantos epítetos
que a transformam num monstro, sendo o genro a pessoa em quem recai a fúria de tal
monstro.
É possível concluir que esse preconceito existe até hoje quando se trata da
relação entre o genro (ou a nora) e a sogra, pois esta é vista sempre como quem vai
tentar impedir a felicidade do casal. Mas a mulher possui mais voz do que possuía nos
primórdios do século XX, apesar de no contexto nordestino ela ainda dever respeito aos
homens.
1...,294,295,296,297,298,299,300,301,302,303 305,306,307,308,309,310,311,312,313,314,...445